Até que ponto, podemos mensurar as dificuldades vivenciadas pelo professor que leciona a disciplina de matemática nos anos iniciais do ensino fundamental de uma determinada escola pública do município de Vitória? Investigamos, ao menos um, dos vários fatores responsáveis pelo baixo aproveitamento dos alunos em matemática, dos anos iniciais da referida escola, pois, tendo o conhecimento necessário do tema matemático a ser debatido e ensinado, é possível a construção do saber científico, enfatizando o papel do mediador na abordagem transdisciplinar desse mesmo conhecimento e despertando, ao mesmo tempo, a criticidade do público e transformando o ambiente escolar em espaço de dialogicidade e interação de sujeitos (FREIRE, 1996). Os professores que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental da escola pesquisada, fizeram curso normal, magistério ou curso de Licenciatura em Pedagogia. Desta forma, surgiu o interesse em investigar a formação inicial do professor e encontrar ou não, correlação com os péssimos resultados obtidos na disciplina de matemática, perceptíveis por meio de avaliações e resultados em exames estaduais de domínio e conhecimento matemático. A pesquisa educacional foi desenvolvida por meio de trabalho de campo e buscou analisar, qualitativamente, a formação inicial dos professores atuantes nos anos iniciais do ensino fundamental, por meio de questionário e entrevista pessoal. O estudo teve como sujeitos, oito professoras que ensinam Matemática nas primeiras, segundas, terceiras e quartas séries do ensino fundamental. Foram questionadas sobre as necessidades, planejamento pedagógico em matemática e capacitação na formação inicial, referente às atividades educacionais desenvolvidas em ambiente escolar. Os resultados advindos da pesquisa contribuíram para a maior compreensão das dificuldades existentes, na prática de ensino de matemática e a verificação mais contundente ocorreu na carga horária de matemática, ofertada aos professores, em sua formação inicial. Dentre os professores pesquisados, quatro educadores alegam que tiveram acesso a disciplina de matemática, em apenas um semestre, enquanto que dois professores tiveram acesso à disciplina em dois semestres, e os dois professores restantes, tiveram a disciplina de matemática ofertada em três semestres e quatro semestres respectivamente. Uma observação destacou-se no questionário da professora pesquisada, que cursou quatro semestres de matemática, onde ressalta que: “... A matemática que vivenciei na graduação, não dá base nenhuma...”. Curi (2004) destaca que a disciplina de matemática nos cursos de pedagogia, não tem a devida importância e, relembra que num passado não tão distante, sequer existia na grade curricular. Dessa forma, a pesquisa evidencia a insegurança vivenciada pelo professor ao ensinar matemática aos seus alunos e os respectivos desdobramentos dos resultados negativos para a escola, constatando o ciclo existente, onde o professor é resultado de uma formação inicial incipiente, e o aluno, produto de uma práxis matemática inconsistente.