Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 8ª Semana da Matemática do Ifes

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ANÁLISE DE UMA ATIVIDADE MATEMÁTICA COM USO DE TECNOLOGIA NO VIÉS DO MODELO DOS CAMPOS SEMÂNTICOS (MCS)

Victor Hugo Neves Luz, Lucca Jeveaux Oliveira Bonatto, Luciano Lessa Lorenzoni, Cátia Aparecida Palmeira

Última alteração: 2019-05-27

Resumo


O presente resumo busca relatar a aplicação de uma atividade de matemática, desenvolvida no 3° ano do Ensino Médio de uma escola da rede estadual de ensino no município de Vitória (Espírito Santo). A proposta foi desenvolvida por dois licenciandos em Matemática durante sua experiência no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), utilizando o aplicativo “Kahoot!” para analisar os significados produzidos pelos alunos sobre o conteúdo de Geometria Analítica. Na perspectiva de analisar os significados produzidos pelos alunos, utilizamos como nossa âncora o lastro epistemológico denominado Modelo dos Campos Semânticos (MCS) – desenvolvido por Romulo Campos Lins (in memoriam), o MCS incorpora ideias dos pensamentos de Vigotski e Leontiev e “não é uma teoria para ser estudada, é uma teorização para ser usada” (LINS, 2012). Buscando enxergar através da ótica do MCS, não nos restringimos a apenas observar e avaliar os alunos que participaram da atividade em certo ou errado pois, ancorados em nosso referencial teórico, buscávamos “caracterizar o que os alunos estavam pensando quando ‘erravam’” (LINS, 2012). Além disso, queríamos motivar os alunos que, por algum aspecto, apresentavam-se, em geral, desmotivados e pouco participativos; para isso, buscamos características individuais e/ou coletivas nos alunos que pudessem nos auxiliar na construção de uma ação diferencial, ação esta que, segundo BALDINO & SOUZA (1997), “leve o grupo/indivíduo a desenvolver determinada tarefa ou a refletir a respeito de sua prática ou de um tema proposto”.  Munidos de muita expectativa e ansiedade, fomos aplicar essa atividade para alunos com uma faixa de idade muito semelhante a nossa, o que nos ajudou em alguns pontos e, em outros, dificultou um pouco a realização do nosso trabalho. No dia da aplicação da atividade, por mais preparados que estivéssemos, sofremos com alguns empecilhos como a greve geral dos ônibus, o projetor não funcionava e a falta de uma rede de internet disponível para os alunos na escola. Superando todas as adversidades, conseguimos aplicar nossa atividade para uma quantidade considerável de alunos e tivemos um grande aprendizado através de nossas observações. Pudemos observar que a maioria dos alunos se interessou pela atividade através da reação das duplas quando acertavam as questões. Também pudemos observar outros dois fatores interessantes: alguns alunos por algum motivo ou razão sequer esforçavam-se para responder as questões e simplesmente “chutavam”, sabemos isso através da verificação dos gráficos obtidos no “Kahoot!” após o final da atividade, observando que muitas duplas respondiam a questão em menos de 5 segundos enquanto o resto da turma demorava pelo menos quatro vezes mais; o outro fator, muito interessante, foi algo que ainda não havíamos tido muito tempo para observar, e era o fato de que muitos alunos não apresentavam dificuldades no conteúdo e sim na hora de efetuar cálculos considerados básicos. Acreditamos que essa atividade nos acrescentou em muito como futuros professores pois, independente dos resultados “certos” ou “errados” obtidos pelos alunos, pudemos enxergar suas “facilidades” e “dificuldades” e assim melhorar o nosso trabalho conjuntamente com a melhora no aprendizado destes alunos.