Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 8ª Semana da Matemática do Ifes

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O USO DO ÁBACO PARA ENSINO DE OPERAÇÕES BÁSICAS A ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Daniel Redinz Mansur, HELIONARDO THOMAZ ALVES LOURENÇO

Última alteração: 2019-05-16

Resumo


Ábaco, do grego abax, que significa tábua coberta com pó ou areia, usada para desenhar figuras e fazer contas, é um instrumento utilizado para efetuar as quatro operações fundamentais: adição, subtração, multiplicação e divisão. Com provável origem na Mesopotâmia, os ábacos eram muito necessários, já na antiguidade, uma vez que os sistemas de numeração então vigentes não facilitavam as computações e não havia material conveniente para a escrita (o papiro, usado pelos egípcios, surgiu na Grécia só por volta do século VII a.C.). A prática do ábaco ajuda os alunos a compreender as quatro operações, não apenas decorando algoritmo, mas também no cálculo mental e na concentração. É possível o entendimento do “vai um” na adição, do “vem um” na subtração, das somas sucessivas na multiplicação, das subtrações sucessivas na divisão e do valor posicional dos números, além de possibilitar a realização das quatro operações não apenas na base decimal, mas também em outras bases, como por exemplo na base binária. Esta importante ferramenta pode ser manipulada sem o uso da visão, por isso torna-se um instrumento de cálculo muito importante para deficientes visuais, sejam eles cegos ou com baixa visão, sendo um instrumento acessível financeiramente devido ao seu baixo custo, permitindo a inclusão social desses alunos. No Brasil, seguindo uma tendência internacional, há diversos dispositivos normativos que garantem a inclusão de alunos especiais nas escolas de ensino regular, sendo assim, para contribuir com esta inclusão, devemos criar mecanismos que facilitem a aprendizagem desses alunos respeitando suas dificuldades e valorizando suas potencialidades. Neste sentido, a utilização de materiais manipuláveis promove a autonomia ao aluno, tornando-o protagonista do seu próprio aprendizado, além de estar afinado com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica - DCN (Brasil, 2013, p. 91). Kaleff (2016) afirma que o estudante deficiente visual pode compreender um conceito matemático por meio da percepção tátil, pois ao manipular um material didático concreto para construção de um conceito matemático ele obtém uma imagem visual resultante desta percepção. Para a feira apresentamos um banner com os métodos utilizados para a realização das quatro operações no ábaco, além de contar com um ábaco gigante desenvolvido pelos autores deste trabalho, com um metro de comprimento e cinquenta centímetros de altura, composto por 10 colunas, cada coluna com 10 argolas redondas com nove centímetros de diâmetro cada uma, o qual pode ser manipulado a partir de atividades propostas de interação. Da direta para esquerda, as colunas representam as unidades, dezenas, centenas, milhares, e assim por diante, possuindo uma identificação em braile. Importante destacar que o deficiente visual não precisa de um instrumento maior para poder manipulá-lo, contudo o ábaco gigante é uma estratégia para o professor poder manipular o instrumento de modo a permitir uma melhor visualização por parte dos alunos videntes e facilitar a manipulação por parte dos alunos deficientes visuais. Pretende-se, com isso, chamar a atenção dos participantes da feira da importância de se estimular o uso de instrumentos que facilitem a aprendizagem de alunos comumente excluídos do processo tradicional de ensino-aprendizagem.