Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

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JOGO DA ONÇA E SUAS VARIAÇÕES NA CULTURA INDÍGENA ESPÍRITO SANTO

Laira Lamburghini Ribeiro, Vanessa Carmo dos Santos, Claúdia Alessandra Costa de Araújo, Lígia Arantes Sad

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


Este trabalho é parte de uma pesquisa de Iniciação Científica, desenvolvida no Instituto Federal do Espírito Santo – Ifes, campus Vitória, que investiga ideias matemáticas para a educação escolar indígena a partir de saberes tradicionais desses povos no Espírito Santo. O texto apresenta um estudo bibliográfico de jogos indígenas, em especial o Jogo da Onça, com suas variações e potencialidades para o ensino da matemática. O “Jogo da Onça” ou “Jogo da Onça e dos Cachorros” é um jogo de tabuleiro, composto por quinze peças, representando uma onça e quatorze cachorros. Seu objetivo principal é fazer com que a onça capture cinco cachorros, ou fazer a mesma ser encurralada, sem possibilidade de movimento. (AMÂNCIO et al, 2016). Para uma discussão de questões ligadas à matemática presente no cotidiano indígena, foram pesquisados jogos indígenas em diversas culturas em âmbito nacional e internacional buscando-se estabelecer elementos de análise que favorecessem o conhecimento e a importância de jogos da cultura indígena local. Mediante as leituras, encontrou-se em evidência o “Jogo da Onça”. No presente trabalho, destacamos o referido jogo também por encontrarmos uma versão semelhante a ele entre os Guarani na cidade de Aracruz – ES, porém, fazendo referência a uma disputa entre cachorro e gatos . Uma pesquisa de campo em andamento sugere que o jogo seja mais conhecido entre os mais velhos da comunidade. Embora, aparentemente, seja pouco conhecido entre os jovens, é de amplo interesse registrar a presença deste jogo e, possivelmente, levar às salas, indígenas e não indígenas, aproveitando, desta maneira, a lógica contida no jogo para o estudo da matemática estratégica. Concordamos com afirmações como a de Moura (2013), segundo o qual trata o jogo como uma situação imaginária, com um conjunto de regras e jogadores que proporciona uma situação desencadeadora de ensino. Reconhecemos seu valor cultural e sua contribuição para a apreensão da realidade, que possibilitam a formação superior do pensamento, a partir de ações intencionais e planejadas. E também concordamos com D’Ambrosio (1994) sobre a importância de oportunizar situações de ensino com elementos culturais, pois a formas de produção específicas de cada etnomatemática e cada uma contribui para a formação.


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