Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

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QUEM QUER PROFESSOR DE MATEMÁTICA? LEVANTAMENTO DOS INGRESSANTES NA LICENCIATURA DO IFES – CAMPUS VITÓRIA, EM 2018

Alexandre Krüger Zocolotti, Danielly Fraga Santana

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


A precarização do trabalho docente, quer seja pelas condições de atuação nem sempre adequadas, quer seja pela desvalorização dada pela sociedade, noticiada e manifestada, por exemplo, nas muitas ações de violência contra professores, dos mais diferentes níveis, durante o seu exercício profissional, além dos já conhecidos baixos salários, formam um cenário que acaba por afastar, ou tornar menos atrativa, a ideia de ser professor. Quando a disciplina é Matemática, a tudo isso são somados os adjetivos que, por muitos anos, acompanharam aqueles que ministram essa disciplina. Essa soma de fatores acaba gerando a curiosidade: quem (ainda) quer ser Professor de Matemática nos dias de hoje? Nesse relato apresentamos um breve perfil dos alunos que ingressaram na no curso de Licenciatura em Matemática do Campus Vitória do Instituto Federal do Espirito Santo, no ano de 2018. Para isso, elaboramos um questionário com 10 perguntas onde, além da idade, procuramos obter informações como: tempo de conclusão dos Ensinos Fundamental e Médio, rede de ensino na onde esses estudos foram realizados, dificuldades relacionadas à aprendizagem da Matemática durante esses níveis, além de outros cursos superiores que já frequentaram (e concluíram) e possíveis experiências como docente, seja na disciplina de Matemática ou não. Os resultados mostram uma turma bastante heterogênea quanto à idade, com alunos recém saídos do Ensino Médio, alunos que já iniciaram e não concluíram outros cursos superiores, existindo também alguns que outros que já o concluíram há mais tempo, alguns com outros cursos superiores já concluídos e que já atuam em sua área de formação. Entretanto, o número de alunos que já atuam profissionalmente, quer seja em área ligadas à educação, quer seja em outras áreas, é bem superior aos que ainda não possuem experiências profissionais. Ainda que o número de candidatos supere o número de vagas disponíveis, o ingresso, em maior número, de candidatos com esse perfil – pessoas que já possuem uma outra formação ou que já atuam em áreas diferentes da docência – podem reforçar dois pontos indicados em diferentes pesquisas: para os mais jovens, a docência não é a primeira opção entre os que ingressam no curso superior, sendo preterido, por exemplo, por cursos de engenharia (Santana, 2018); e, para aqueles que atuam em outras áreas, ser professor parece ser a opção que resta, uma espécie de “bico” ou subemprego, caso não lhe reste outra opção (Zocolotti, 2015).