Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NA EJA: UMA PROPOSTA DE AUTONOMIA COM PENSAMENTO ARITMÉTICO NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA CRÍTICA

Elcio Pasolini Milli, Edmar Reis Thiengo

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


Neste texto apresentamos um recorte inicial de uma pesquisa de mestrado em educação em ciências e matemática, discutindo possibilidades de aprendizagem de um estudante com deficiência intelectual da Educação de Jovens e Adultos – Eja, na modalidade integrada a Educação Profissional do Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Vitória. Esta pesquisa tem como objetivo discutir como o desenvolvimento do pensamento aritmético pode promover a autonomia de um estudante com deficiência intelectual, em sala de aula na Eja. Trata-se de uma investigação fundamentada no método funcional da estimulação dupla desenvolvido por Vygotsky (1996). Acreditamos que esse método permite associar vários estímulos e oportunidades para que o sujeito participante da pesquisa possa experimentar as mais variadas atividades, a fim de constituir de diferentes formas o desenvolvimento intelectual. Para discutir deficiência intelectual utilizamos como referencial teórico os processos compensatórios descritos por Vygotsky (1996, 1997, 2001) e suas influências na realização das atividades, aliado às discussões das transformações simbólicas e o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Trazemos uma discussão caracterizando as dificuldades e potencialidades da pessoa com deficiência intelectual de acordo com o desenvolvimento cognitivo, a fim de direcionar o trabalho pedagógico a ser realizado em sala de aula. No que se refere ao desenvolvimento da autonomia na Educação de Jovens e Adultos discutimos as possibilidades de emancipação do sujeito retratadas por Freire (1996) com uma perspectiva dialógica da alfabetização. Consideramos importante estabelecer relações sociais no decorrer das experiências de vida dos alunos, com as relações que são transformadas e reorganizadas na escola, e entrelaçadas com o conhecimento científico. No que tange as discussões sobre o pensamento aritmético na produção de conhecimentos de forma crítica através de um sentido estrutural operativo, destacamos o trabalho de Lins e Gimenez (2006), que caracteriza as relações entre as construções de novos signos nos distintos campos de pensamento. E por fim, dialogamos este pensamento matemático com a educação crítica proposta por Skovsmose (2001, 2007, 2008) voltada para o desenvolvimento de ambientes reflexivos envolvendo as relações estabelecidas entre a matemática proposta pelo pensamento aritmético e a criticidade proposta pelas discussões da educação matemática crítica. Para tanto, trazemos uma breve revisão de literatura apontando a escassez de trabalhos que investiguem o ensino e aprendizagem de matemática de alunos com deficiência intelectual na Eja e como este trabalho pretende dialogar com as investigações que se aproximaram desta proposta. Apresentamos as observações e experiências iniciais deste estudo, principalmente aquelas voltadas para a constituição de uma avaliação diagnóstica. Neste sentido, pretendemos discutir educação numa perspectiva inclusiva em que possamos superar nossas dificuldades e desenvolver novas potencialidades, transformando o outro e também permitindo nossa transformação.