Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

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CONCEPÇÕES DE LICENCIANDOS EM PEDAGOGIA SOBRE MATEMÁTICA

Sabrine Costa Oliveira

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


Este trabalho teve como objetivo conhecer as concepções sobre matemática de licenciandos do 4º período do curso de Pedagogia de uma instituição privada. O estudo se justifica por entendermos que o conhecimento de tais concepções favorece a elaboração de práticas e metodologias que contribua para uma formação inicial significativa na área da matemática. Foram analisadas as respostas de 22 licenciandos ao questionário aplicado em agosto de 2017 no início da disciplina de Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Matemática. Bardin (2009) apresenta três etapas para a análise de conteúdo: pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados. A primeira etapa é fase de organização da análise e engloba a escolha dos documentos a ser analisada, a formulação das hipóteses e dos objetivos, além da elaboração de indicadores que fundamentem a interpretação final. A etapa de exploração do material envolve um estudo aprofundado do conjunto de produções textuais sobre o qual o pesquisador vai se debruçar, com procedimentos de unitarização e categorização. Segundo Moraes (1999, p.11) o processo de unitarização consiste na releitura cuidadosa dos materiais a fim de definir as unidades de análise, que podem ser “palavras, frases, termos ou mesmo documentos em sua forma integral”. Na etapa de tratamento dos resultados é feita a descrição das categorias, que pode ser feita a partir da apresentação de tabelas com indicação de frequência e percentagens ou texto sobre a compreensão do significado da classe incluindo como apoio exemplos retirado do corpus. O questionário era composto por perguntas sobre o gosto dos licenciandos pela matemática e com metáforas comparativas do tipo: “Aprender matemática é como ... porque ...”. As metáforas utilizadas nessa pesquisa foram adaptadas de textos escritos por Olive Chapman (2005) que acredita que as metáforas ajudam a compreender questões referentes a crenças cognitivas e afetivas dos professores com a matemática e com seus processos de ensino, de aprendizagem e de avaliação. Diante disso, as metáforas se constituem como uma forma metodológica que nos mostram um modo de olhar diferentes situações. A análise das respostas revelou que a maioria dos licenciandos disse gostar às vezes de matemática, atribuindo notas entre 6 e 7 para o gosto pela disciplina. As respostas da metáfora: “Se matemática fosse um bicho seria ... porque ...” chamam atenção, pois as principais respostas comparam a matemática com animais bravos, como o leão e cachorro, e animais peçonhentos, como cobra, rato e barata. Outra pergunta do questionário solicitava que os licenciandos completassem um esquema com palavras relacionadas a matemática. Algumas das palavras mais citadas, além dos conteúdos associados a disciplina, foram: problema, difícil, desafio e complicado. Percebemos que os professores responsáveis pelo início da construção dos conceitos da matemática não possuem uma boa relação com a disciplina, que no futuro irão lecionar. Esse resultado possibilitou replanejar as ações previstas para disciplina, inserindo metodologias que utilizem jogos e materiais manipuláveis, a fim de quebrar com esses paradigmas que a matemática é uma disciplina difícil e fechada, destinada a poucos que nasceram com talento para aprendê-la (FAINGUELERNT; NUNES, 2006).


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