Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

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AS DIFERENÇAS ENTRE MATEMÁTICA FINANCEIRA E EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA VISÃO DE FUTUROS PROFESSORES DE MATEMÁTICA

Alexandre Krüger Zocolotti, Tayara Gomes

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


Apontado como um tema a ser tratado de forma transversal e integradora pela recém publicada Base Nacional Curricular Comum - BNCC, Educação Financeira passou a ser um termo recorrente nas escolas, usado, muitas vezes, como um sinônimo de Matemática Financeira. Entretanto, esses dois termos não são tão próximos quanto seus nomes sugerem: enquanto a Matemática Financeira consiste no estudo do dinheiro no tempo ao longo do tempo (ASSAF NETO, 1998), a Educação Financeira é apontada como um instrumento capaz de auxiliar o indivíduo a orçar e gerir a sua renda. Mas, será que essa diferença é percebida por aqueles que participam do processo educacional? Nessa trabalho apresentamos os resultados de uma pesquisa que conduzimos com alunos de um curso de Licenciatura em Matemática de uma instituição pública e que frequentaram a disciplina Matemática Financeira durante o segundo semestre de 2017. Para a produção dos dados foi elaborado um questionário, respondido pelos participantes já na primeira aula da disciplina (antes mesmo de qualquer intervenção do professor) com quatro perguntas relacionadas à Matemática Financeira e à Educação Financeira. A análise das respostas à pergunta sobre quais as diferenças (caso existissem) entre Matemática Financeira e Educação Financeira mostra que os participantes entendem a primeira como uma ferramenta, enquanto que a segunda demanda conhecimentos que vão além dos estudados na primeira. Entretanto, as respostas não indicam quais seriam esses outros conhecimentos e nem como poderiam ser trabalhados. Acreditamos que os resultados encontrados, em certa medida, estão de acordo com a afirmação de Roseti e Schimiguel (2009) de que o ensino de Matemática Financeira no Brasil, quase sempre, se restringe à aplicação de fórmulas, construídas pelos autores de livros de didático quase sempre de modo abrupto, e aplicadas em exercícios desconexos da realidade discente, não contribuindo para o desenvolvimento de um conhecimento que permita a sua aplicação em outras contextos. Em uma época em que tanto se fala de Reformas no Ensino, atentar-se à demandas sociais e implementar ações que visem o desenvolvimento da Educação Financeira parecem ser ações que auxiliem o desenvolvimento pleno da cidadania, objetivo sempre presente nos discursos oficiais sobre os objetivos educacionais.