Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

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CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA INDÍGENA A PARTIR DE CONTEÚDOS VISUALIZADOS NA ARQUITETURA GUARANI

kevila Cezario de Morais, Caio Angelo da Silva, Claudia Alessandra Costa de Araujo Lorenzoni, Ligia Arantes Sad

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


Atualmente existe uma desigualdade entre a educação indígena e não indígena, sendo que cada sistema educacional possui suas particularidades, mas essa diferença na educação não representa um ponto negativo. Muitos elementos abordados na educação indígena envolvem, por exemplo, aspectos culturais, que são indispensáveis na sua educação, mas que não se encaixariam e não seriam abordados da mesma forma na educação de diferentes sociedades. Os aspectos culturais de uma sociedade podem influenciar muito no modo como aquele povo vê e compreende certos assuntos e, dessa forma, esse povo terá ideias e interpretações diferentes acerca de assuntos tratados na nossa educação escolar, como por exemplo, ideias matemáticas.  O presente trabalho é parte de um projeto de iniciação científica desenvolvido no Instituto Federal Do Espírito Santo, campus Vitória e trata de um relato de experiência que tem o objetivo de analisar como as atividades extraclasses auxiliam o processo de aprendizagem escolar indígena.  Apontamos categorias de conteúdos matemáticos visualizados em construções arquitetônicas guarani a partir do olhar de um professor não indígena e sinalizamos possíveis conexões com o estudo da matemática no contexto indígena. Esta pesquisa se apoia na Constituição 88 – LDB 9394/96 que, em seu artigo 79 trata do provimento da educação intercultural às comunidades indígenas por meio do desenvolvimento de currículos específicos com conteúdos culturais relativos às respectivas comunidades. Com base na etnopesquisa crítica, o método usado foi a pesquisa de campo (visita técnica) na Escola Municipal Pluridocente Indígena (EMPI) Três Palmeiras e nas aldeias guarani de Três Palmeiras e Boa Esperança, localizadas no município de Aracruz - ES, onde conversamos e entrevistamos os moradores, fotografamos algumas residências e construções como a Casa de Reza (Opy, em língua guarani). A partir de leituras e dessa experiência, produzimos uma feira de matemática dentro da escola guarani, com exposição de fotos, proposição de construção da maquete de uma residência e discussão com os alunos do ensino fundamental sobre as formas geométricas percebidas nas construções. Quanto aos polígonos, observamos suas representações nas janelas e portas (retangulares), na vista lateral dos telhados (trapezoidais), na vista frontal dos telhados (triangulares) e no formato (octogonal) de algumas casas. Identificamos também representações de poliedros nas casas com formato de prismas, nos telhados com formato de pirâmide ou tronco de pirâmide. Além desses, constatamos aspectos de circunferências em algumas casas e o formato de cone em outras. Tratando-se de aspectos matemáticos percebidos por professores não indígenas, tivemos a oportunidade de ver a relação dos alunos indígenas com tais ideias, como elas são vistas e compreendidas por eles, a partir das referências da cultura guarani, e da mesma maneira, pudemos ver como esses conceitos matemáticos e atividades extraclasses podem contribuir com a educação indígena.

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