Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

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A elaboração de materiais manipuláveis para a classificação de triângulos quanto aos ângulos

Juliana Alves do Carmo Tavares, José Ramon Corrêa de Abreu, David de Freitas Moreira, Isaías Ribeiro, Guilherme Siqueira de Castro, Mylane dos Santos Barreto

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


Resumo: O discurso em prol da Educação Inclusiva no Brasil vem crescendo nos últimos anos. Nesse contexto, a Educação Especial vem ganhando maior visibilidade nos debates político-educacionais. Objetivando a inclusão e o desenvolvimento psíquico do individuo e o processo de crescimento e formação da personalidade, é importante que os professores busquem alternativas para ensinar os alunos com deficiências, atendendo às suas peculiaridades. Além disso, para descrever, analisar e compreender o mundo físico recorremos muitas vezes à Geometria. O conhecimento geométrico permite uma melhor compreensão do mundo a nossa volta. O processo de classificação em Geometria lida com ideias mentais que designamos de figuras geométricas. Estas possuem, em simultâneo, um caráter conceitual e figurativo. Logo, classificar implica agir sobre conceitos figurativos, gerando interação entre conceito e imagem. Deste modo, surge a necessidade de buscar instrumentos facilitadores da aprendizagem dos conceitos, propriedades e classificação de elementos e figuras geométricas. O material concreto é um dos recursos que está mais presente no cotidiano escolar, visando facilitar o processo de ensino e aprendizagem, tanto para alunos videntes, quanto para os alunos com deficiência visual. Diante do exposto, o presente trabalho visa apresentar o resultado da aplicação de uma sequência didática da disciplina Laboratório de Ensino e Aprendizagem de Matemática (LEAMAT) do curso de Licenciatura em Matemática, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFFluminense), campus Campos Centro. A sequência visa permitir ao aluno com deficiência visual identificar a classificação de triângulos quanto aos seus ângulos e para possibilitar esse aprendizado, foi elaborado um transferidor adaptado que possui diversas marcações fixas (sendo cada uma dessas marcações equivalente a 10º) e um ponteiro móvel, que deve servir tanto de guia para as marcações, como de apoio para peças também previamente confeccionadas, as quais apresentam ângulos a serem medidos. A aplicação da sequência didática foi realizada no dia 13 de novembro de 2017, no próprio Instituto Federal Fluminense, com um aluno não vidente, que perdeu a visão aos 15 anos de idade. Na primeira parte da sequência foram utilizadas matrizes representando retas, semirretas, segmentos de reta, ângulos e os ângulos: agudo, reto e obtuso, assim como, algumas peças confeccionadas previamente representando os ângulos para que o aluno pudesse manipular. Em seguida, foi utilizado o transferidor, a princípio apenas para o aluno realizar as medições de peças que representam ângulos e classificá-los em agudo, reto ou obtuso. Logo após, foram utilizadas matrizes com a representação do triângulo acutângulo, do triângulo retângulo e do triângulo obtusângulo e também peças previamente confeccionadas com formato de cada um desses triângulos. Por fim, foi realizada a atividade na qual o aluno deveria medir todos os ângulos dos triângulos e a partir disso classificá-los quantos aos seus ângulos. Considera-se que o trabalho alcançou todos os objetivos esperados de forma plena, uma vez que o aluno não apresentou dificuldades durante a aula e também pelo fato de ter sido destacada por ele a autonomia que o material o proporcionou, por poder efetuar as medições dos ângulos, ao invés de ser somente informado sobre o valor das medidas.