A elaboração de materiais manipuláveis para a classificação de triângulos quanto aos ângulos
Última alteração: 2018-05-17
Resumo
Resumo: O discurso em prol da Educação Inclusiva no Brasil vem crescendo nos últimos anos. Nesse contexto, a Educação Especial vem ganhando maior visibilidade nos debates político-educacionais. Objetivando a inclusão e o desenvolvimento psíquico do individuo e o processo de crescimento e formação da personalidade, é importante que os professores busquem alternativas para ensinar os alunos com deficiências, atendendo às suas peculiaridades. Além disso, para descrever, analisar e compreender o mundo físico recorremos muitas vezes à Geometria. O conhecimento geométrico permite uma melhor compreensão do mundo a nossa volta. O processo de classificação em Geometria lida com ideias mentais que designamos de figuras geométricas. Estas possuem, em simultâneo, um caráter conceitual e figurativo. Logo, classificar implica agir sobre conceitos figurativos, gerando interação entre conceito e imagem. Deste modo, surge a necessidade de buscar instrumentos facilitadores da aprendizagem dos conceitos, propriedades e classificação de elementos e figuras geométricas. O material concreto é um dos recursos que está mais presente no cotidiano escolar, visando facilitar o processo de ensino e aprendizagem, tanto para alunos videntes, quanto para os alunos com deficiência visual. Diante do exposto, o presente trabalho visa apresentar o resultado da aplicação de uma sequência didática da disciplina Laboratório de Ensino e Aprendizagem de Matemática (LEAMAT) do curso de Licenciatura em Matemática, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFFluminense), campus Campos Centro. A sequência visa permitir ao aluno com deficiência visual identificar a classificação de triângulos quanto aos seus ângulos e para possibilitar esse aprendizado, foi elaborado um transferidor adaptado que possui diversas marcações fixas (sendo cada uma dessas marcações equivalente a 10º) e um ponteiro móvel, que deve servir tanto de guia para as marcações, como de apoio para peças também previamente confeccionadas, as quais apresentam ângulos a serem medidos. A aplicação da sequência didática foi realizada no dia 13 de novembro de 2017, no próprio Instituto Federal Fluminense, com um aluno não vidente, que perdeu a visão aos 15 anos de idade. Na primeira parte da sequência foram utilizadas matrizes representando retas, semirretas, segmentos de reta, ângulos e os ângulos: agudo, reto e obtuso, assim como, algumas peças confeccionadas previamente representando os ângulos para que o aluno pudesse manipular. Em seguida, foi utilizado o transferidor, a princípio apenas para o aluno realizar as medições de peças que representam ângulos e classificá-los em agudo, reto ou obtuso. Logo após, foram utilizadas matrizes com a representação do triângulo acutângulo, do triângulo retângulo e do triângulo obtusângulo e também peças previamente confeccionadas com formato de cada um desses triângulos. Por fim, foi realizada a atividade na qual o aluno deveria medir todos os ângulos dos triângulos e a partir disso classificá-los quantos aos seus ângulos. Considera-se que o trabalho alcançou todos os objetivos esperados de forma plena, uma vez que o aluno não apresentou dificuldades durante a aula e também pelo fato de ter sido destacada por ele a autonomia que o material o proporcionou, por poder efetuar as medições dos ângulos, ao invés de ser somente informado sobre o valor das medidas.