Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

ANÁLISE DO CONTEÚDO DE NÚMEROS COMPLEXOS EM LIVROS DIDÁTICOS: DE 1960 AOS DIAS ATUAIS

Carlos Oliveira Silva de Andrade, Antônio Henrique Pinto

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


Este trabalho analisa o ensino do tema Números Complexos no Ensino Médio. Objetiva discorrer como este conteúdo é apresentado nos livros didáticos e qual a abordagem metodológica perpassa o ensino desse conteúdo, estabelecendo um recorte temporal que vai da década de1960 até os dias atuais. Para análise foram estabelecidos os seguintes aspectos em cada livro didático: Contextualização, Interdisciplinaridade e Aplicação, pois constituem os eixos para o ensino da Matemática no ensino médio, conforme estabelece as Diretrizes Curriculares de 2012. Foram analisados   livros, aos quais verificou-se que  analisados foram: Matemática: Curso Colegial, Vol. II e Vol III de 1964 e 1966, respectivamente, School Mathematics Study Gruop, EDART, Livraria Editôra Ltda, São Paulo; Estudos de Matemática, Terceira Série, Segundo Grau, José Luiz Pereira Sampaio, Nilton Lapa, Sidney Luiz Cavalcante, 1977, Editora Moderna, São Paulo; Elementos de Matemática 3, Ainda F. da Silva Munhoz, Iracema Mori Ikiezaki, 1983, Editora Saraiva; Matemática 3, Manoel Paiva, 1995, Editora Moderna; Matemática para o Ensino Médio, Manoel Jairo Bezerra, 2001, Editora Scipione; Novo Olhar Matemática, Joamir Souza, 2013, FTD. Os livros Matemática: Curso Colegial, Vol. II e Vol. III, datam de 1964 e 1966, tratando o conteúdo de números complexos através do uso de demonstrações e conceitos como o de isomorfismo e equações complexas, algo inapropriado para o atual Ensino Médio, além de não possuir qualquer contextualização, não possuir interdisciplinaridade e só se aplicar dentro da própria Matemática. O livro Estudos de Matemática, Terceira Série, Segundo Grau, de 1977, utiliza uma breve introdução histórica para o assunto, porém não demonstra qualquer interdisciplinaridade ou aplicação fora da Matemática. Quanto ao livro Elementos de Matemática 3, de 1983 os autores definem números complexos como um conjunto e fazem um referencial histórico para contextualizar o conteúdo, porém ainda não há interdisciplinaridade ou aplicação fora da Matemática, porém trata da relação entre Geometria Analítica e Números Complexos. Em Matemática 3, de 1995 o autor apresenta uma contextualização mais aprofundada do conteúdo, mostrando como, em Matemática, a necessidade de resolução de problemas leva ao desenvolvimento de novos conteúdos, porém o livro ainda falha na interdisciplinaridade e na aplicação fora da Matemática. No penúltimo livro, Matemática para o Ensino Médio, de 2001, apenas são apresentados, brevemente, os passos do desenvolvimento do conteúdo e, a partir daí, não há qualquer interdisciplinaridade ou aplicação fora da Matemática, apenas exercícios de “arme e efetue”. No último livro, Novo Olhar Matemática, de 2013, o conteúdo é abordado de maneira contextualizada, com uma lauda e meia de contexto histórica, uma interdisciplinaridade e aplicação envolvendo a Energia Elétrica. Concluímos que, ao analisar de forma mais crítica e dentro do contexto histórico de cada publicação, a forma como foi abordado o tema está, sim, em conformidade com a realidade da época, tanto em 1964, numa década vastamente influenciada pelo Movimento da Matemática Moderna (1960), quanto na atualidade, onde estudos realizados por educadores matemáticos auxiliam para a elaboração de novos materiais didáticos voltando para a contextualização, interdisciplinaridade e aplicação matemáticas.