Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

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DEDUÇÃO DA FÓRMULA DA SOMA DOS ÂNGULOS INTERNOS DE UM POLÍGONO

Jéssica Alves Quintanilha, Mylane dos Santos Barreto, Janete Henrique Gomes, Daniela Dias Nogueira, Luiza Ferreira Costa, Tayná Monteiro Coelho de Freitas

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


O presente trabalho é resultado das atividades desenvolvidas na disciplina Laboratório de Ensino e Aprendizagem de Matemática (LEAMAT) do curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense campus Campos Centro. A carência no ensino dos conteúdos geométricos para as pessoas com deficiência visual é ainda maior do que para os alunos videntes, já que a maioria dos professores não dominam as técnicas e metodologias de ensino adequadas a esse público. Diante disso, a proposta se baseia na abordagem de um conteúdo de Geometria, dedução da fórmula da soma dos ângulos internos de um polígono, aplicado ao ensino de alunos com cegueira congênita ou adquirida, utilizando material manipulável. A confecção dos materiais se justifica pelo fato de os mesmos auxiliarem na construção do conhecimento dos alunos cegos, visto que o ensino de alunos com deficiência deve ser centrado nas suas potencialidades, superando as suas limitações. Com isso, trabalhou-se com o raciocínio lógico e o uso de cálculos mentais por parte do aluno, e os materiais manipuláveis colaboraram como instrumento de mediação na construção do conhecimento. Baseado no exposto, elaborou-se uma sequência didática para alunos cegos do nono ano do Ensino Fundamental II, tendo como objetivo permitir ao aluno deduzir a fórmula da soma das medidas dos ângulos internos de um polígono. Vale ressaltar que esta sequência pode ser utilizada tanto para alunos cegos quanto para videntes. Assim, preparou-se uma apostila que inicialmente apresentava alguns conteúdos que representavam pré-requisitos da sequência didática elaborada, seguia com atividades exploratórias e era finalizada com exercícios de verificação da aprendizagem. Tais exercícios não foram contextualizados, pois pretendia-se, neste ponto, que o aluno soubesse manipular a fórmula. O nível de dificuldade dos exercícios apresentava caráter progressivo, já que a sequência didática foi pensada para que o aluno ganhasse confiança e ficasse motivado durante a aplicação da mesma. Os materiais manipuláveis foram confeccionados utilizando linha encerada, papel 40 kg, miçangas, papelão e EVA (borracha não-tóxica de alta tecnologia de Etil, Vinil e Acetato), em forma de matrizes e polígonos para elucidar os conteúdos. Tais conteúdos foram discutidos para estimular o raciocínio lógico dedutivo do estudante, para que ao final do estudo, ele compreendesse o processo matemático de dedução da fórmula. Os bons resultados foram alcançados devido ao manuseio descomplicado do material manipulável, bem como, o seu baixo custo de confecção e a linguagem adequada utilizada pelas licenciandas durante toda a aplicação da sequência didática. Ao final da sequência perguntou-se à discente participante da experimentação sobre uma possível dúvida quanto ao conteúdo abordado e qual a opinião da mesma a respeito da sequência aplicada. As respostas obtidas foram que não lhe restaram dúvidas e que o conteúdo lhe foi muito bem explicado. Portanto, pode-se concluir que o objetivo, além de ser alcançado, permitiu às licenciandas terem um contato mais próximo da realidade do aluno cego, criando um ambiente de interação aluno – licenciandas, enriquecendo o trabalho.