Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

O ENSINO DE FRAÇÃO COMO MEDIDA SOB A PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL

Ebenezer Lopes Ferreira, Dilza Côco

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


Este relato de experiência tem o objetivo de apresentar dados sobre uma oficina de matemática realizada com alunos do 5º ano, do ensino fundamental, da rede pública municipal de Vitória, realizada em novembro/2017 no Laboratório de Educação Matemática do Ifes – LEM. A oficina “Reinventando a unidade de Medida”. Teve como principal objetivo a aplicação de atividades planejadas de fração, abordando o significado “Fração como Medida”, conforme asa concepções de Davydov para ensino de matemática. Davydov, pertencente a corrente histórico-cultural, em suas experiências apresenta-nos um ensino de matemática desprovido da tricotomia atual existente (geometria, aritmética e álgebra). Afrimando que o conhecimento matemático empírico deve evoluir para níveis altamente abstratos que é o conhecimento algébrico. Os dados deste relato foram produzidos através da análise de material audiovisual e das atitudes dos alunos durante o desenvolvimento da oficina. Nesse sentido, este relato é um recorte do momento introdutório da oficina. A atividade introdutória motivadora consistiu em resolver o problema de repartir um volume desconhecido de líquido, apresentado aos alunos em uma proveta, em medidas iguais. Este seria utilizado para a distribuição entre pessoas ou comercialização fictícia, sob critérios de justiça social e ética. Desse modo, os alunos foram desafiados a inventarem uma forma de medi-lo, atendendo aos critérios acima estabelecidos. Foram apresentados aos alunos diversos recipientes para fazê-lo, diante dos quais algumas reflexões surgiram: Qual recipiente tem mais líquido? Como medi-lo? O que é medida? O que é unidade de medida? Qual é o maior? Qual o menor? Quantos recipientes menores cabem no maior? Posso utilizar recipientes de diferentes tamanhos? Como medir a sobra de líquido? As reflexões sobre estas indagações resultaram na sistematização em linguagem matemática dos atos que as despertaram. Ao representar geometricamente e escrever em linguagem matemática o “Todo” líquido repartido em recipientes, reconhecemos as propriedades de equivalência de frações, inteiro, unidade e outras. Este momento configurou a teorização do conhecimento. A aplicação destas propriedades em outros contextos, configurou à abstração e generalização do conhecimento. Entendemos que o conhecimento matemático, tal qual a história nos apresenta, surge a partir de uma necessidade humana real, que é estruturado como objeto de estudo. Este conhecimento é quantificado e analisado e têm suas propriedades identificadas para serem aplicadas, posteriormente, em outros contextos. Uma vez que os alunos permeiam por estas fases, apresentam uma melhora no desenvolvimento matemático quando nos níveis mais abstratos. Este fato foi comprovado quando transportamos o conceito de medida e suas frações, do contexto volumétrico, para o contexto linear. Os alunos as reconheceram, através de representações geométricas, aplicando as propriedades identificadas ao novo contexto.