Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

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CRIATIVIDADE, INTERAÇÃO E APRENDIZAGEM MATEMÁTICA POR MEIO DE JOGOS

Adriana Piumatti de Oliveira, Vânia Maria Pereira dos Santos-Wagner

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


Neste trabalho relatamos uma experiência que foi desencadeada pelo desejo de um aluno de 9º ano em escola de Ensino Fundamental da Prefeitura Municipal de Vitória.  Ao iniciarmos o ano letivo de 2018 fomos construindo com os alunos nossos contratos didáticos e realizamos algumas tarefas avaliativas para diagnosticar conhecimentos matemáticos dos alunos. Um dos alunos disse que gostaria de envolver-se com os colegas da turma em tarefas de elaborar jogos matemáticos que pudessem ser aplicados no horário de recreio com estudantes de outras turmas. Acatamos esta ideia e compartilhamos com a turma que também ficou encantada. Para investigarmos o potencial de tarefas deste tipo, iniciamos com um jogo sobre potenciação. Todos ficaram motivados. Ademais, este jogo possibilitou que discutíssemos as ideias de potências envolvidas e as estratégias necessárias para obterem sucesso no jogo. Neste relato compartilharemos estudos e leituras que iniciamos acerca de jogos matemáticos, criatividade e matemática. Para isso, utilizamos como referenciais teóricos Smole, Diniz e Milani (2007) com os cadernos de jogos matemáticos, Santos-Wagner (2008) com resolução de problemas, Starepravo (2009) com jogos matemáticos e Santos (1997) com avaliação. Também pontuaremos como tem sido implementada em nossa turma de 9º ano tal ideia. Vamos buscar jogos matemáticos já prontos e formular outros jogos elaborados pelos próprios alunos a partir de conceitos matemáticos escolhidos por eles para serem jogados com colegas de outras turmas.  Já constatamos o potencial que existe neste tipo de tarefa de envolver e motivar alunos a rever conceitos matemáticos e a desenvolver estratégias de resolução de problemas e aplicações de cálculo mental.  Percebemos que os jogos propiciam a realização de cálculos mentais e que as situações problemas encontradas durante os jogos provocam conflitos cognitivos importantes para o desenvolvimento do raciocínio matemático. Avaliamos conhecimentos matemáticos dos alunos quando observamos estratégias que usam para ganhar um jogo e verificamos conhecimentos deles quando eles formulam novos jogos. Também observamos criatividade, interação e capacidade de reflexão dos alunos quando eles dialogam a respeito de estratégias que os ajudaram a ganhar ou de estratégias que atrapalharam e os fizeram perder no jogo. Esta capacidade de pensar sobre o que foi feito no jogo e de refletir conscientemente sobre o que funcionou bem e o que não funcionou é importante e necessária (SANTOS, 1997). Pois, a partir dessa reflexão e interação entre os alunos, mediada inicialmente pelo professor e depois por eles próprios, todos serão capazes de aprender algo e de aprofundar conhecimentos. Assim, os alunos podem aprender a jogar de forma mais consciente. E passarão a usar estratégias adequadas e os conceitos envolvidos no jogo de modo a ganhar o mesmo. Ademais, também podem aprender o que precisam fazer para mudar estratégias caso tenham perdido inicialmente no jogo.  Esse pensar e refletir de forma consciente vai ajudar a cada aluno no jogo e em aulas de matemática.