Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

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REFLEXÕES SOBRE AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA EM MATEMÁTICA

Leiva Bernardino, Thiarla Xavier Dal-Cin Zanon, Vânia Maria Pereira dos Santos-Wagner

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


Este texto relata uma experiência de uma professora da rede municipal de Vitória/ES quando analisou com os participantes do Grupo de Estudos em Educação Matemática do Espírito Santo [GEEM-ES] uma avaliação diagnóstica de matemática elaborada e aplicada a 60 alunos de três turmas de segundo ciclo, 4º e 5º anos, do ensino fundamental. A avaliação focalizou em conhecimentos de alunos do 4º ano, pois estavam iniciando este ciclo. No começo do ano letivo, a escola solicitou que elaborássemos uma avaliação diagnóstica por objetivos. Estes deveriam contemplar conhecimentos básicos para o desenvolvimento de habilidades matemáticas que serão construídas em 2018. Após duas semanas de aula, notamos que deveríamos avaliar habilidades relacionadas à (1) análise de gráficos de colunas, (2) compreensão de sequência numérica, (3) resolução de problemas envolvendo o campo aditivo e, (4) as quatro operações. Nossa experiência docente tem mostrado que se essas habilidades não forem desenvolvidas alguns alunos sentem-se inseguros e distanciam-se de matemática. Nesta lógica, elaboramos uma avaliação que contemplasse tais objetivos, a socializamos com pedagogos da escola e aplicamos a mesma. Durante este movimento, analisamos nos encontros semanais do grupo de estudos a avaliação com os outros professores participantes do GEEM-ES. A troca de ideias acerca dela nos permitiu verificar que as atividades propostas embora se relacionassem aos objetivos, não os contemplavam de maneira integral. Eles estavam amplos e dificultavam a validação da correção pela professora. Isto, nos fez reexaminar o instrumento e (re)pensarmos a avaliação conforme sugere Santos (1997) e Brasil (1997). Assim, realizamos uma correção mais cuidadosa e detalhada a partir dos desdobramentos dos objetivos. Tal ação nos permitiu perceber dificuldades de alunos do 4o ano para consolidarem dois dos objetivos: resolução de problemas e análise de gráfico. Muitos alunos não resolveram os problemas e, consequentemente, não responderam aos questionamentos. Na análise de gráficos, alguns alunos se limitaram a responder apenas ao que dependia do campo visual. Essas constatações mostram a importância de dialogarmos com nossos pares no GEEM-ES. Foi a partir dos encontros que vimos uma possibilidade de refletirmos acerca das avaliações que elaboramos e de como pensar integradamente em objetivos e tarefas que permitam ao professor identificar a aprendizagem de alunos. São momentos ricos de aprendizagem docente. Por fim, ressaltamos que a avaliação por objetivos é viável, apesar de ser complexa e de apresentar falhas como outros métodos. No entanto, precisa ser analisada e validada antes de ser utilizada em sala de aula. Pois, afirmar que determinados objetivos estão consolidados ou não, requer uma análise profunda, uma vez que aprendizagem é sequencial e gradativa. É difícil afirmar, no início do ano letivo, que alunos já consolidaram sua aprendizagem, pois a avaliação mostra um dado momentâneo. Seria necessário que tivéssemos no mínimo três momentos distintos de avaliação diagnóstica focalizando os mesmos objetivos e com tarefas que os contemplassem para termos certeza de sua validade e eficácia ao ensino e a aprendizagem de matemática.