Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

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QUANDO O EU SE TRANSFORMA EM NÓS! UM PLANEJAMENTO COLABORATIVO EM AULAS DE COMBINATÓRIA

Thiarla Xavier Dal-Cin Zanon, Vânia Maria Pereira dos Santos-Wagner, Fernanda Soares da Silva Bonato

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


Que implicações em aulas de combinatória têm um planejamento colaborativo? Que aprendizagens professoras formadoras desenvolvem com este tipo de planejamento? Este artigo discorre acerca destes questionamentos trazendo apontamentos sobre um planejamento colaborativo para desenvolver aulas de combinatória em um curso de formação inicial de professores de matemática. Emergiu do movimento de uma pesquisa qualitativa de doutorado na qual planejamos aulas de combinatória com vistas à aprendizagem dos conceitos de arranjo, combinação e permutação por 08 licenciandos em matemática de um Instituto Federal durante 2017/2. Consideramos uma ação de planejamento colaborativo que envolveu a organização da aula como um todo pensado em algumas etapas. Isso implicou na definição de objetivos, seleção do conteúdo, maneiras de trabalho, interação com licenciandos e professoras, formas de apreciar as estratégias de ensino delas e a aprendizagem dos estudantes, e de acessar o pensamento dos mesmos. Assim, o planejamento envolveu vários movimentos de idas e vindas. Primeiramente nos questionamos sobre o quê e como planejar, que tarefas desenvolver, quanto tempo e quais poderiam ser as estratégias de resolução dos estudantes. Registramos individualmente tais informações. Em seguida, nos reunimos e apresentamos nossas ideias, dialogamos e definimos como seria a aula. No segundo momento, já na aula, as duas professoras que a desenvolveram tomaram decisões a partir de suas reflexões na ação (SCHÖN, 1983), mudaram ou adequaram o planejamento, (re)planejando ações de ensino e tarefas caso fosse necessário. Em seguida, analisamos e apreciamos a aula tanto em termos do que foi planejado quanto em relação ao que de fato aconteceu. Logo após, as professoras refletiam acerca da aula e da pesquisa e pensavam em (re)planjementos e/ou readequações de tarefas caso necessário. Desta forma, novos e outros questionamentos foram surgindo. Para isto, nos respaldamos em Santos (1997) e em Peter-Koop, Santos-Wagner, Breen e Begg (2003). Ao retomarmos aos questionamentos iniciais constatamos que esse planejamento colaborativo para aulas de combinatória implicou na tomada de consciência das professoras no que se refere aos conhecimentos matemáticos, conhecimentos curriculares e conhecimentos pedagógicos matemáticos que elas possuíam (SHULMAN, 1986). Isso também nos permitiu identificar conhecimentos que tínhamos e outros que ainda precisávamos desenvolver. Também começamos a refinar nosso conhecimento acerca de dificuldades de interpretação de enunciados de problemas de combinatória. Ademais, nos motivamos a escutar licenciandos acerca do que estavam pensando e de como articulavam pensamentos para falar sobre os tópicos estudados. Por fim, aprendemos que toda pesquisa nasce do desejo do pesquisador. No entanto, a colaboração entre as envolvidas fez com que o “eu” individual de uma das pesquisadoras evoluísse para o “nós”, para o colaborativo, para o desejo de professoras formadoras. Aqui, nos víamos interessadas em aprender umas com as outras e empenhadas no processo de ensino, aprendizagem e avaliação de combinatória para futuros professores de matemática. Por isso, o que ora refletimos se refere aos aprendizados com uma pesquisa em que professoras discutem, estudam, planejam/replanejam, resolvem tarefas e registram questões e respostas que licenciandos poderiam apresentar antes, durante a após resolverem problemas.