Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

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Considerações sobre um curso de cálculo II ministrado em quatro semanas

Guilherme Barbosa de Almeida, Ellen Kênia Fraga Coelho

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


Resumo: Apresentaremos um relato de experiência de lecionar um curso de Cálculo II com carga horária de 90 horas em quatro semanas no campus Cachoeiro de Itapemirim, bem como as análises referentes à assimilação de linguagem matemática em um curto espaço de tempo, à autonomia dos alunos e à inclusão desses no processo de ensino/aprendizagem. O curso foi ministrado nos meses de janeiro e fevereiro de 2018. Os alunos contaram com dois professores que se revezaram entre os turnos nos dias de aula. O curso foi ofertado para todos os alunos do campus, mas todos matriculados já tinham cursado a disciplina pelo menos uma vez. As aulas se concentraram em três dias da semana, de terça à quinta, sendo oito horas de aula por dia, duas delas dedicadas à resolução de exercícios pelos alunos com atendimento individualizado. Ao final do curso, os alunos fizeram uma avaliação qualitativa do processo de ensino/aprendizagem por meio de um questionário em um formulário eletrônico. Os desafios encontrados no curso foram os mesmos que já existem nos cursos regulares – alunos com algum déficit de aprendizagem e/ou com compreensões equivocadas de tópicos relacionados aos níveis de ensino anteriores e a falta de tempo disponível para dedicação extraclasse – somados ao agravante de tratar-se de um curso de curta duração. A análise dos questionários e das avaliações feitas pelos alunos demonstrou a dificuldade de assimilação de novas linguagens em um curto espaço de tempo. Alunos que já tinham forte domínio das linguagens associadas aos conteúdos obtiveram um melhor desempenho ao longo da disciplina. Por outro lado, alunos com dificuldades associadas ao domínio da linguagem não obtiveram êxito no desenvolvimento dos conhecimentos matemáticos. No que diz respeito à postura dos alunos em relação ao curso, pudemos observar que o (in)sucesso na disciplina esteve diretamente ligado à autonomia e ao tempo de dedicação extraclasse. Em um curso de curta duração esses dois fatores mostraram-se preponderantes. Por último, percebemos que como proposta educacional o curso contribuiu para que alguns alunos avançassem nas grades de seus cursos, mas, ao mesmo tempo, acabou reforçando a cultura excludente do ensino de Cálculo nas instituições de ensino superior.