Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 5ª Semana da Matemática do Ifes

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O SENSO ESPACIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ANÁLISE ENTRE BOLAS E BAMBOLÊS

Simone Damm Zogaib, Vânia Maria Pereira dos Santos-Wagner

Prédio: Pátio Central
Sala: Pátio Central
Data: 2016-05-20 03:00  – 04:30
Última alteração: 2016-05-10

Resumo


Este trabalho apresenta uma releitura, reflexão e nova análise dos dados produzidos em uma atividade de experimento de ensino sobre senso espacial na educação infantil, que tinha sido conduzida por alunos de um curso de Pedagogia de uma universidade na região nordeste brasileira. Tal experimento foi realizado durante um período de 2 (dois) meses em uma turma de educação infantil com 18 crianças entre 04 e 05 anos de uma instituição que atende cerca de 50 meninos e meninas de camadas desfavorecidas da comunidade próxima, em regime de semi-internato, em uma das capitais do nordeste brasileiro. O objetivo deste texto, portanto, é analisar as potencialidades da atividade de circuito para o desenvolvimento da habilidade de orientação espacial das crianças e para a formação inicial de professores que ensinam matemática na educação infantil. Os questionamentos que balizaram este estudo e que decorreram da releitura dos dados foram os seguintes: a) que noções de locomoção e direcionamento as crianças apresentavam ao realizar a atividade de circuito?; b) de que forma atividades do tipo circuito podem contribuir para o desenvolvimento da habilidade de orientação espacial?; c) que conhecimentos matemáticos e relacionados ao senso espacial se tornam necessários ao professor para o trabalho pedagógico com atividades dessa natureza? Para buscar respostas a essas questões, analisamos informações a partir de diário de campo da professora da disciplina de estágio supervisionado e o relato descritivo do grupo de alunos de Pedagogia a respeito do experimento de ensino. Para o diálogo com essas fontes, buscamos no estudo bibliográfico de Brasil (1998), Clements (2004), Lorenzato (2006), Smole (2003), Smole, Diniz e Candido (2003). Com base nos relatos analisados, verificamos que as crianças possuem conhecimentos prévios de locomoção e direcionamento que necessitam ser trabalhados e ampliados em outras atividades de orientação espacial, a exemplo da tarefa de tipo circuito. Para tanto, os professores necessitam aprofundar o que conhecem a respeito da orientação espacial e sua relação com o conhecimento matemático escolar. Concluímos que esta análise e discussão dos dados produzidos permitiram-nos abrir um diálogo teórico entre autores nacionais e internacionais a respeito da temática, além da construção de quadros inter-relacionados de suas composições teóricas. Trouxeram-nos subsídios para compreender a importância do desenvolvimento do senso espacial para a vida das crianças no presente e no futuro, para auxiliar a aprendizagem matemática na escola e para levar cada criança a compreender, interpretar e intervir no mundo a sua volta. Oportunizou aos futuros professores, em uma realidade diferenciada como um semi-internato, o desafio e o desejo de ampliar os conhecimentos sobre senso espacial para a aprendizagem das crianças.