Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 5ª Semana da Matemática do Ifes

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MOTIVAÇÃO PARA A MULTIPLICAÇÃO: ALGORITMOS ALTERNATIVOS E OFICINA

Bernadete Veronica Hoffman

Prédio: Corredor B
Sala: Sala B2
Data: 2016-05-21 08:30  – 09:30
Última alteração: 2016-05-10

Resumo


Um dos problemas enfrentados por professores do segundo segmento do Ensino Fundamental, percebido em nossa experiência é o domínio dos fatos fundamentais da multiplicação. Nesse trabalho relatamos uma experiência em que alunos do 5º ano de uma escola de Vitória se envolveram em atividades de aprendizagem dessa operação, explorando algoritmos alternativos. O objetivo era que após compreenderem a ideia de grupos equivalentes (SILVA, 2009; HOFFMAN, 2012), a partir da resolução de problema, exercitassem o cálculo escrito de maneiras diferentes, comparassem resultados e treinassem o cálculo mental. Como já possuíam o domínio da multiplicação por unidades e dezenas no multiplicador pelo algoritmo formal, valendo-se da contagem de dedos ou do uso da tabuada, trouxemos motivação mostrando-lhes outros jeitos de efetuar as continhas. Assim, aprenderam a multiplicar utilizando o método por decomposição, o método da gelosia, o método da multiplicação russa e o método da multiplicação chinesa (FERREIRA, 2011). Cada um desses métodos trouxe aprendizagens significativas, mas destacamos a multiplicação russa porque desenvolveu os conceitos de metade e de dobro, que se constitui em importante âncora para o cálculo mental. Os alunos transitavam no campo multiplicativo e aditivo, efetuando cálculos metais por composição e decomposição, desenvolvendo o sentido de número e as estruturas mentais para a compreensão da base 2. O método chinês, com linhas organizadas em cada ordem decimal, dispostas verticalmente e horizontalmente, trouxe contribuição especial pela facilidade da contagem dos cruzamentos agrupados em diagonal, contribuindo na memorização de fatos. Também possibilitou o diálogo com a geometria, contribuindo na formação do conceito de linhas paralelas e perpendiculares. A gelosia, ou método árabe levou-os a multiplicarem números dispostos em colunas e linhas em forma de grade, cujo retângulo foi dividido por diagonais, determinando dois triângulos retângulos em que colocavam os produtos parciais. Estes, somados em diagonal, respeitando a ordem decimal, oportunizou a compreensão dos agrupamentos para além do famoso vai um. Enfim para conquistarmos os estudantes para o efetivo domínio dessas operações, realizamos uma oficina com os pais, no dia da família, em que foram desafiados a ensinarem os novos jeitos de multiplicar a seus pais. A experiência mostrou que os 23 alunos da turma aprenderam e repassaram com brilhantismo o que haviam aprendido, garantindo o envolvimento da família durante a oficina, na resolução de um problema com multiplicação por dezenas e centenas, usando os algoritmos acima citados.  Os alunos sentiram-se felizes por estarem no papel de professor, enquanto acompanhávamos o que externavam sobre o que sabiam e o que ainda não sabiam sobre os algoritmos da multiplicação (SANTOS, 1997).