Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 5ª Semana da Matemática do Ifes

Tamanho da fonte:  Menor  Médio  Maior

MODELAGEM MATEMÁTICA NA PERSPECTIVA SOCIOCRÍTICA: INVESTIGAÇÕES REALIZADAS EM UM TERRENO PARA LOTEAMENTO

Mirelly Katiene Silva Boone

Prédio: Pátio Central
Sala: Pátio Central
Data: 2016-05-20 03:00  – 04:30
Última alteração: 2016-05-10

Resumo


Neste trabalho, propomos utilizar como abordagem pedagógica a Modelagem Matemática para o desenvolvimento dos conceitos de Área e Perímetro estudados a partir de investigações realizadas em um terreno loteado para a construção de casas populares que abrigam várias famílias da comunidade escolar. Nosso objetivo é identificar e analisar as contribuições de uma atividade de Modelagem Matemática na perspectiva sociocrítica para a aprendizagem desses conceitos matemáticos no 6º ano do Ensino Fundamental. Pesquisas analisadas para compor nossa revisão de literatura mostram que a Modelagem Matemática é uma metodologia de ensino que aparece na história do conhecimento científico desde o final do século IX e início do século XX e nos permite explorar o conhecimento matemático em diferentes perspectivas. Nesta pesquisa, em andamento, a Modelagem Matemática se apresenta na perspectiva sociocrítica, termo sugerido por Jonei Cerqueira Barbosa, e refere-se às práticas pedagógicas que não excluem o desenvolvimento da teoria matemática, mas ampliam as discussões acerca de um tema envolvendo aspectos sociais e políticos. Na perspectiva sociocrítica os alunos são estimulados a discutir a natureza e o papel dos modelos matemáticos na sociedade. A perspectiva sociocrítica está inserida no contexto do conhecimento reflexivo descrito por Ole Skovsmose como um conhecimento baseado em um horizonte mais amplo de interpretações e entendimentos prévios. Além disso, Rodney Carlos Bassanezi apresenta vantagens para o uso da Modelagem Matemática no processo de ensino de Matemática ressaltando seis argumentos: formativo (desenvolve a capacidade, a criatividade e habilidade em resolver problemas); competência crítica (capacidade de formar juízos próprios); utilidade (a Matemática como ferramenta para resolução de problemas); intrínseco (entendimento e compreensão da Matemática); aprendizagem (os processos aplicativos facilitam a compreensão dos conceitos matemáticos); alternativa epistemológica (quando associada à Etnomatemática). Jonei Cerqueira Barbosa também apresenta vantagens destacando cinco argumentos: motivação; facilitação da aprendizagem; preparação para utilizar a matemática em diferentes áreas; desenvolvimento de habilidades gerais de exploração e compreensão do papel sociocultural da matemática. Pretendemos alcançar o objetivo proposto por meio da pesquisa qualitativa que favorece a investigação e a reflexão caracterizada pela perspectiva sociocrítica envolvendo a participação do professor/pesquisador. Utilizamos o diário de bordo como instrumento de registro de dados produzidos durante o desenvolvimento da atividade de Modelagem Matemática. As nove etapas da atividade são questionário inicial, pesquisa sobre o loteamento de terrenos, visita ao bairro Vicente Soella (cenário de investigação), organização e representação dos registros, atividades de sistematização, reflexões com base nas informações coletadas, construção da maquete, produção do relatório elaborado pelos alunos, avaliação da atividade com base nos diferentes registros de representação semiótica proposto Raymond Duval.