Vários estudos apontam o uso de materiais manipulativos como possibilidades de potencialização do ensino e aprendizagem de matemática. No tocante à geometria, uma das temáticas da matemática que tem mais apelo ao concreto, o uso dos materiais concretos possibilita a compreensão de conceitos abstratos a partir de representações reais. Este trabalho trata do uso de materiais manipulativos para potencializar o ensino de simetrias em turmas de terceiro ano do Ensino Médio regular noturno de uma escola da rede estadual do Espírito Santo, sendo desenvolvido com um total de 42 alunos com idades entre 18 e 41 anos no último trimestre de 2015. A pesquisa, de caráter qualitativo, desenvolveu-se sob a ótica sócio-interacionista e visou avaliar os impactos da utilização de materiais manipulativos, em detrimento à perspectiva tradicional, quanto à eficiência do uso do tempo. Elegeu-se o conteúdo de simetrias para o trabalho, porque a motivação para o mesmo nasceu de um curso de extensão oferecido por uma instituição federal que tratou do tema. Usou-se malhas, dobraduras, jogos e o geoplano construído pelos alunos. Durante as tarefas explorou-se os conceitos de simetria de reflexão, translação e rotação, além do cálculo de área pelo Teorema de Pick. O jogo “queimada com obstáculos” foi utilizado para trabalhar o conceito de reflexão. As dobraduras trataram de reflexão e translação. Em 8 malhas, os alunos criaram imagens refletidas, transladadas e rotacionadas. No geoplano, além das simetrias citadas, o conceito de área e a aplicação do Teorema de Pick foram desenvolvidos. As atividades eram em duplas e duraram 10 aulas, incluindo momentos para avaliações. Após cada atividade criva-se debates sobre o conteúdo e a atividade proposta, afim de construir o conceito pretendido. Pode-se verificar que a utilização de materiais manipulativos possibilitou uma ligeira economia de tempo. Contudo sua principal contribuição reside no interesse pela geometria demonstrado pelos alunos durante a execução das atividades e a facilidade que o material manipulativo o propiciou na visualização e operação dos entes geométricos. Além disso, os alunos citaram a facilidade com que aprenderam o conteúdo, foram capazes de relacionar as definições com situações do seu cotidiano e generalizar os processos desenvolvidos em sala. A maior dificuldade encontrada foi quanto à rotação, especialmente quando se tratava de encontrar o ponto e ângulo de rotação, mas a diversificação do material mostrou-se eficiente na construção desse conhecimento. Entende-se que a utilização de materiais concreto/manipulativos potencializa o ensino e aprendizagem de geometria, permitindo ao aluno trabalhar o abstrato à partir do concreto, além de reduzir o desgaste físico do processo de ensino e aprendizagem de matemática, devido ao grande interesse do aluno nas atividades com materiais manipulativos.