Os elementos que compõe o cenário de uma sala de aula em qualquer modalidade de ensino propiciam aos professores dos tempos atuais, o enfrentamento de grandes desafios, como por exemplo: comportamentos indevidos; o uso de celulares, jogos e objetos durante a aula, deficiências intelectuais/motoras e tantos outros elementos que permeiam esse ambiente. Quando refletimos sobre a educação, surge em nossa mente, um grande desafio dos professores que é ensinar as várias disciplinas para os estudantes do ensino fundamental, nos dias atuais.  Partindo da concepção do social como princípio da aprendizagem e defendendo que “[...] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” (FREIRE, 2014, p. 47), entendemos que os professores precisam se valer cada vez mais de elementos que perpassem o cotidiano dos estudantes, a fim de tentar valorizar o conhecimentos já adquirido por estes. Diante disso, apresentamos um relato de uma aula que teve como objetivo ensinar conceitos matemáticos, a partir de pulseirinhas de elásticos coloridos produzidas pelos estudantes de uma turma de 7º ano do ensino fundamental. Percebendo tal produção como uma cultura local, uma vez que, esse fato estava acontecendo em algumas escolas da região, e, como para D´Ambrósio (2012, p.22) “cultura é o substrato dos conhecimentos, dos saberes/fazeres e do comportamento resultante, compartilhado por um grupo, comunidade ou povo”, então, utilizamos a construção dessas pulseirinhas, em sala de aula, como um elemento presente no cotidiano desses estudantes, para tentar propiciar uma construção de conhecimentos matemáticos sobre números fracionários e inteiros; representação de frações como parte do Todo; proporção, etc. A metodologia de ensino utilizada se aproximou de uma investigação matemática, uma vez que nos baseamos em Ponte (2013), e realizamos: (i) uma introdução, ao conversarmos sobre as pulseirinhas com os estudantes; (ii) questionamentos sobre a produção, quantidade de elásticos gastos, se poderiam ser vendidas, etc., ou seja, relacionando com estes,  com os conceitos matemáticos que foram explorados; (iii) e ao final da aula, a maioria dos estudantes contribuiu com suas opiniões sobre a matemática e a temática abordada e, alguns até fizeram um pequeno relato escrito no caderno. Essa experiência nos proporcionou uma possibilidade de reflexão sobre como algumas práticas nascem na comunidade, adentram a escola e refletem na vida do estudante como aprendizagem, pequenas mudanças de atitude, etc., bem como refletir sobre a nossa própria prática. E, ainda nos permitiu pensar sobre a necessidade do professor partir de elementos que permeiam o cotidiano dos estudantes para tentar favorecer o processo de ensino da matemática.