Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 5ª Semana da Matemática do Ifes

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MODELAGEM MATEMÁTICA NA PERSPECTIVA SOCIOCRÍTICA: UM ESTUDO TEÓRICO

Silvana Cocco Dalvi

Prédio: Pátio Central
Sala: Pátio Central
Data: 2016-05-20 03:00  – 04:30
Última alteração: 2016-05-10

Resumo


As transformações sociais, políticas e econômicas ocorridas ao longo do tempo, remetem o educador na busca por práticas pedagógicas que atendam as expectativas da atualidade. A modelagem matemática tem como característica primordial trabalhar situações oriundas da realidade por meio de modelos matemáticos, entrelaçando teoria e prática em torno de um único objetivo. Atende a várias expectativas, considerando diferentes contextos, interesses e procedimentos de alunos e professores em sua realização. Ancoraremos, para esse estudo, a modelagem matemática na perspectiva sociocrítica, observando os pressupostos da Educação Matemática Crítica. Skovsmose (1990, 2001, 2008) diferencia três formas de conhecimento: o conhecimento matemático em si cujo foco está na reprodução de teoremas e no domínio das técnicas com algoritmos; o conhecimento tecnológico com foco na construção e utilização dos modelos matemáticos em situações-problemas e o conhecimento reflexivo que busca refletir sobre os papéis sociopolíticos desempenhados pela matemática na contemporaneidade. A modelagem matemática na perspectiva sociocrítica tem como uma de suas referências Barbosa (2001, 2003, 2008) que se apóia no conhecimento reflexivo descrito por Skovsmose. Nessa perspectiva a modelagem matemática viabiliza a construção de um ambiente de aprendizagem onde os alunos são convidados  a se envolverem em discussões reflexivas à partir de um problema, aparentemente não-matemático, retirado do contexto social que estão inseridos. Ao escolherem o problema a ser estudado ele torna-se interessante e real para eles. Aceito o  convite, trabalham na construção e interpretação do modelo matemático de forma coletiva, expondo suas ideias e respeitando os argumentos de seus pares, reformulando o modelo quando necessário e socializando suas aprendizagens. Cabe ressaltar que nem sempre a melhor solução para o problema é uma resposta matemática o que leva a questionar o uso da matemática na sociedade e seu poder de argumento definitivo.  O professor desempenha papel fundamental criando condições para que o aluno possa refletir, intervir, criar hipóteses de solução e fazer análises a cerca dos problemas e/ ou modelo matemático conduzindo-o ao conhecimento reflexivo. Atua como mediador das atividades  tornando a sala de aula um espaço democrático. À medida que professores e alunos participam de discussões de questões da realidade baseadas em argumentos matemáticos estão exercendo sua cidadania. Essa abordagem dada à modelagem para a construção do conhecimento extrapola os limites da sala de aula contribuindo com a formação cidadã dos estudantes. Concordamos que mais importante que informar matematicamente é educar criticamente através da matemática.

 Eixo Temático: Educação Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano).