Não há como desvincular o estudo da química a matemática, pois muitos são os conteúdos do currículo da química que se remete a conceitos matemáticos, como cálculos estequiométricos, estudo de soluções, termoquímica e geometria molecular. Na química orgânica o estudo do carbono envolve propriedades relacionadas ao elemento químico e que estão relacionadas a conceitos de ângulos e geometria que são tratados em matemática. O carbono é um elemento químico que faz quatro ligações covalentes para se estabilizar, essas ligações podem se distribuir no espaço de forma a apresentar três valores de ângulos entre as valências (ligações) que são 109°28’, 120° e 180° e três conformações espaciais, tetraédrica, trigonal plana e linear. Esse assunto é considerado pelos alunos como desinteressante e desnecessário para o estudo da química, porém a conformação espacial das moléculas é que faz com muitas delas sejam importantes para a indústria farmacêutica por exemplo. Diante disso elaborou-se uma atividade interdisciplinar entre a matemática e a química, onde com o auxílio de um modelo molecular pedagógico padrão, montou-se moléculas orgânicas em que apresentavam carbonos em suas diferentes conformações espaciais, com o auxílio de um transferidor os alunos tinham que verificar a angulação entre as valências e a conformação espacial que o carbono e os seus ligantes assumiam no espaço, analisando as moléculas que foram montadas (figura 1a, 1b e 1c). Por fim foi feito um seminário sobre a importância da forma das moléculas e sua ação nos organismos. Os alunos se mostraram comprometidos com a atividade e puderam correlacionar a importância da matemática e da química para a sociedade, uma vez que todos em algum momento precisam usar medicamentos e para eles saberem que essas ciências são fundamentais no desenvolvimento e estudo molecular os despertou para a valorização de estuda-las.  Com a realização dessa prática concluiu-se que cabe a nós como pesquisadores e docentes introduzir ferramentas diferenciadas, que possam contribuir no processo de ensino-aprendizagem, ampliando os recursos didático-pedagógicos, que por sua vez proporcionarão ao aluno uma relevância do conteúdo estudado, além de poder atribuir sentido a este, o que o incentiva numa aprendizagem significativa, tornando assim o ensino mais prazeroso, humano, social, econômico, artístico e cultural, como propõe as orientações curriculares para o ensino médio, na produção do conhecimento.