Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 5ª Semana da Matemática do Ifes

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UMA PROPOSTA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE FUNÇÃO COM BASE NA MATEMÁTICA EGÍPCIA CONTIDA NO PAPIRO RHIND

Tiago Bissi, Lígia Arantes Sad

Prédio: Corredor B
Sala: Miniauditório 1
Data: 2016-05-19 08:00  – 09:00
Última alteração: 2016-05-10

Resumo


Apresentar aos alunos o conhecimento histórico intrínseco à Matemática é, sem dúvida, uma via para romper com uma visão estática da Matemática e abrir novos horizontes na construção do conhecimento em sala de aula. Os estudos e práticas aqui abordados, com base em pressupostos socioculturais (a Matemática como uma manifestação de sociedades humanas) nos levam a crer na importância de compreender movimentos internos que fundamentam e dão riqueza a essa Ciência tão importante. O relato de experiência apresentado se reporta a um fragmento da minha pesquisa de Mestrado. A ação pedagógica ocorreu em uma escola pública municipal da cidade de Colatina/ES no ano de 2015, e teve como objetivos: apresentar a Matemática do Antigo Egito e as suas aproximações com a Álgebra; discutir e resolver os problemas de aha pela falsa posição; fazer conexões entre os problemas de aha e sua representação como função – forma algébrica e geométrica; resolver os problemas de aha observando a possibilidade de revisitá-los sob outra ótica – Resolução Geométrica por meio de semelhança de triângulos, a partir da representação gráfica da função linear, na qual puderam ser configurados na nossa notação contemporânea. Na primeira aula, estudamos os problemas 24, 25, 26 e 27 (problemas de aha) do Papiro Rhind. Tais problemas podem ser reescritos no modo de equação, e resolvidos, dentre outras maneiras, pela falsa posição. A tônica da aula foi dada na resolução pela falsa posição a fim de que os alunos reconhecessem métodos históricos diferenciados para a resolução. Essa aula foi de fundamental importância para um despertar da compreensão do que viria a acontecer na segunda aula. No segundo encontro, revisitamos os problemas de aha e os transcrevemos na forma de uma função f(x) = ax, e, a partir da falsa posição, utilizamos domínios e imagens falsos para representar a função no plano cartesiano. A partir dessa representação foi possível, por intermédio da Geometria Euclidiana, verificar a semelhança entre triângulos e obter a solução da equação. Os alunos acharam o método interessante, assim como, gostaram e mostraram-se curiosos em conhecer a falsa posição para a resolução de equações. Na escrita em seus diários de aprendizagem (material de coleta de dados) os discentes mostraram-se surpresos com as “descobertas” e julgaram favorável o modo como a História da Matemática integrou-se ao cenário de ensino e aprendizagem. Atividades investigavas como esta nos induzem a ter a História da Matemática como uma aliada constante para o ensino de Matemática.