O texto em tela discute a efetivação do currículo integrado na Educação Profissional, a partir de experiências com projetos de Feira de Matemática. Adotamos como referências teóricas a concepção de currículo integrado de Marise Ramos e Gaudêncio Frigotto, entre outros; a proposta de projetos de Investigação Matemática de Ole Skovsmose; e os apontamentos para realização de projetos de Feira de Matemática, dados por Vilmar José Zermiani e seu grupo de Santa Catarina. Utilizamos como campos de pesquisa a Feira de Matemática da 4ª Semana da Matemática do Instituto Federal do Espírito Santo (Semat-Ifes) e a Feira de Ciências e Engenharia do Espírito Santo (Fecieng-ES), ambas realizadas no ano de 2015. No que tange o formato metodológico, desenvolvemos a pesquisa em duas frentes de trabalho: mapeamento das apresentações de alunos da educação profissional de nível médio na feira da 4ª Semat-Ifes e análise sistemática de um dos projetos, apresentado nos dois eventos citados. Com isso, o primeiro momento da pesquisa caracterizou-se como bibliográfico e sua execução pautou-se, principalmente, nas etapas de levantamento preliminar, leitura do material, fichamento, organização do assunto e redação do texto. Já o segundo momento se aproximou do estudo de caso, com utilização de entrevistas, de questionários e de análise documental em diários de bordo dos alunos participantes. Os dados obtidos mostraram que as Feiras de Matemática se apresentam como espaços de interação com as áreas de ciências e tecnologia da Educação Profissional, como oportunidades de ensino e de aprendizagem para professores e alunos e como contexto para desenvolvimento de alunos em suas dimensões sociais, afetivas e cognitivas. Dessa forma, concordamos que a organização formal do currículo exige a organização dos conhecimentos em formas de disciplinas, mas concluímos que a interdisciplinaridade proposta nos projetos de Feiras de Matemática promoveu a reconstituição da totalidade pela relação entre conceitos originados a partir de disciplinas distintas.