Buscando formas para dinamizar o ensino de matemática e sair da clássica rotina de sala de aula, optamos por testar as funcionalidades da plataforma adaptativa Khan Academy como ferramenta de ensino e avaliação. Esta plataforma foi escolhida por apresentar versões em várias línguas, incluindo o português, possuir parceria de desenvolvimento com grandes empresas como Google e Microsoft, ser gratuita, de livre acesso, oferecer suporte para outras disciplinas e ser elaborada nos padrões do SAT (Scholastic Aptitude Test), que é a avaliação norte americana que serve como modelo para o nosso ENEM. A plataforma foi criada em 2004 pelo americano Salman Khan para ajudar sua sobrinha nos estudos, tornando-se um hobbie que o fez largar o emprego de analista financeiro e se dedicar totalmente ao ensino virtual. Ganhou notoriedade quando Bill Gates reconheceu em público que utilizou o site para ajudar os próprios filhos a resolverem problemas de matemática. Sua construção foi elaborada para acompanhar todo o processo de ensino desde as séries iniciais até a graduação. Uma das justificativas é que o ensino de matemática em sua totalidade é uma sequência de conteúdos interconectados, evitando-se assim que haja uma aprendizagem tipo “queijo-suíço”, que aparenta-se sólida, mas está cheia de furos. Nossa experiência, realizada em parceria com a monitora de matemática e o núcleo pedagógico, envolveu 66 alunos de 1º ano do ensino médio e foi dividida em duas etapas: durante o primeiro semestre os alunos foram submetidos ao ensino tradicional, com aulas expositivas e provas escritas. No segundo semestre utilizamos aulas expositivas e avaliamos o desempenho via plataforma, de acordo com as atividades praticadas. Os resultados foram positivos, com redução do número de alunos com notas insuficientes, hábito de rotina de estudos, motivação para fazer as atividades, evolução personalizada, professor com maior domínio do ensino e redução de tempo nas rotinas de sala de aula, permitindo uma abordagem maior de conteúdo. Os pontos negativos ficaram por conta da falta de computadores para todos os alunos na escola, dificuldade de acesso à internet em casa, conteúdos ainda não traduzidos totalmente do inglês, entre outros. Por fim, concluímos que a plataforma é de grande auxílio quando usada como ferramenta de suporte e comprometendo não mais 25% da carga horária total de aulas.