Este relato apresenta um experiência de uma aula ministrada na educação infantil com 17 crianças de 4 e 5 anos, com o objetivo de estimular o pensamento lógico matemático. A ideia surgiu da participação da professora autora do trabalho em um grupo de estudos de educação matemática, onde são discutidas e analisadas práticas de ensino e aprendizagem da matemática. A atividade foi realizada em sala de aula utilizando alguns recursos cotidianos da educação infantil como a Roda de Conversa e fichas com os nomes dos alunos. A proposta metodológica foi dividida em três momentos. No primeiro momento, as cadeiras e mesas da sala foram organizadas em semicírculo e marcado no chão três triângulos com fita crepe. No segundo momento, foi apresentado o problema de dividir os próprios alunos da turma nos triângulos de forma que tivesse o mesmo número de alunos em todos os triângulos durante a roda de conversa e distribuídas às fichas com os nomes das crianças, as quais ficariam nos triângulos. No terceiro momento, as crianças executaram a tarefa e pensaram sobre o resultado juntamente com a professora e apresentavam uma ou mais soluções. Inferimos que na educação infantil as atividades são desenvolvidas de forma lúdica, em que as crianças encontrem sentido para realizar a tarefa. Após várias ações para a resolução do problema de dividir os alunos igualmente nos triângulos, os alunos perceberam que não dava para dividir todos igualmente nos triângulos, sobrando dois alunos. Isso tornou-se mais um problema para eles. O que fazer para inserir os colegas? Como resolver esse novo problema? Após várias conversas, como resultado para o problema, um aluno sugeriu que fosse feito um triângulo grande onde coubessem todas as crianças e as fichas com os nomes, pois desta forma ninguém ficaria de fora, esta solução foi aprovada pelas outras crianças encerrando assim, o problema de deixar um colega sem brincar. Pode-se perceber que o resultado baseou-se uma solução simples, porém, significativa para as crianças envolvidas. Para ela o problema do resto da divisão foi para além da matemática, eles levaram para o lado pessoal, todos os colegas precisavam participar da brincadeira, logo, fazendo um triângulo grande o problema seria resolvido. Verificamos que existe nessas situações a possibilidade de desenvolver o pensamento lógico sobre problemas cotidianos. Essa atividade permitiu uma reflexão sobre as ações dos alunos e da professora. Percebeu-se que o planejamento não pode ser engessado, pois, podem ocorrer diversas situações capazes de mudar a direção proposta da atividade, interferindo assim no processo de ensino e aprendizagem. Fazendo-se necessário um olhar crítico sobre as variáveis, permitindo a condução ao objetivo inicial, neste caso, a solução para o problema pensada de forma lógica e significativa para o professor e o aluno.