O presente trabalho apresenta o recorte de um estudo realizado por licenciandos do curso de Matemática da Universidade Federal do Espírito Santo, especificamente, participantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, na disciplina de Resolução de Problemas. Os pibidianos propuseram aos alunos problemas a serem resolvidos a fim de sofrerem análises e tornarem-se, dentro da perspectiva dos enunciados bem estruturados X mal estruturados (Sternberg, 2000), objetos de discussões e da estruturação de um texto final (Almeida; Buriasco, 2011, Cury, 2008). Para o presente recorte, apresentamos a análise das produções escritas de 24 alunos do 3º ano do Ensino Médio da rede pública estadual de Vitória (ES) na resolução de um problema do PISA (2012). A questão que escolhemos é um problema inverso, no sentido de que são apresentados aos alunos às legendas de três gráficos e eles precisam escolher ou desenhar o gráfico que melhor represente essa legenda. Esse tipo de questão não é o que normalmente trazem os livros didáticos, e por isso as escolhemos, objetivando analisar as reações dos alunos refletidas na estruturação das resoluções. Nosso objetivo, ao analisar essas questões, é apresentar a maneira como os alunos lidam com esse tipo de questão no que diz respeito à interpretação e ao uso que fazem das informações contidas nos enunciados, às estratégias mais utilizadas e ao conhecimento de conteúdos matemáticos que apresentam ao resolverem as questões. Os resultados mostram que a maioria dos alunos conseguiu solucionar os problemas matemáticos, porém tiveram muita dificuldade na interpretação do texto, o que atrapalhou na análise gráfica. Essa dificuldade traz grande preocupação aos pibidianos, visto que estes alunos irão adentrar ao mercado de trabalho ou mesmo ingressar no ensino superior sem a capacidade de interpretar dados, oferecendo, portanto, riscos de auto prejuízo. Constatando que os alunos chegam ao último ano escolar com essa dificuldade, concluiu-se que realizar ações para auxiliá-los a minimizar os danos desse déficit educacional seria primordial. Desta maneira a análise dos resultados leva à reflexões sobre quais ações os pibidianos deveriam tomar nas escolas, junto aos professores, para que possam investir mais tempo nas dificuldades e limitações de seus alunos.