Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 4ª Semana da Matemática do Ifes

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DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO ENSINO MÉDIO: BUSCANDO ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

Cátia Aparecida Palmeira, Elcio Pasolini Milli

Prédio: Corredor C
Sala: C3
Data: 2015-05-29 02:40  – 03:00
Última alteração: 2015-05-09

Resumo


Apresentamos um estudo realizado em 2014, envolvendo duas turmas de segundo ano do ensino médio de uma escola estadual de Vitória/ES, através da parceria de dois professores de matemática, sendo um deles regente da turma. Em ambas as turmas havia um aluno com deficiência intelectual, conforme laudos médicos e relatórios de Atendimento Educacional Especializado – AEE. A ideia de realizar o estudo surgiu em um dos encontros do Grupo de Estudos, no qual os pesquisadores participam. Em conversas com professores da série anterior, constatamos que não houve adaptação curricular para atender Marly e Luiz (nomes fictícios), sendo ambos avançados para a série posterior. Isso nos leva a refletir e questionar como Lopes e Fabris (2013) a respeito do que significa inclusão e exclusão no sistema escolar. É suficiente ter os alunos em sala de aula e ignorarmos os mesmos não reconhecendo a necessidade de ensinar-lhes algo de nosso conteúdo escolar? Encontramos apoio em Almeida (2005, p. 195), quando diz que “Ao pensarmos a escola inclusiva é fundamental pensarmos a prática pedagógica em sala de aula, uma prática diferenciada que atenda a multiplicidade vivenciada”. Começamos com atividades para identificar o nível de conhecimento matemático desses alunos, pois, acreditamos que o aprendizado é construído a partir daquele já existente, partindo do que eles conhecem, valorizando suas experiências (LORENZATO, 2010). Desenvolvemos estratégias a fim de ampliar esse conhecimento e estimular a interação entre os alunos com deficiência intelectual e demais colegas de classe. Buscamos ainda, aprimorar as práticas pedagógicas dos pesquisadores envolvidos. Realizamos uma atividade de verificação de aprendizagem e identificamos que os alunos compreendem a ideia de adição como ação de “juntar” e a subtração como a ideia de “redução” da quantidade (SILVA, 2009). Em outra abordagem, decidimos utilizar a estratégia de resolução de problemas com o objetivo de ampliar a visão desses alunos para outras ideias relacionadas às operações de adição e subtração. Trabalhamos a leitura e interpretação, interligando os conteúdos com situações problema de um ambiente próximo das vivências desses alunos (COMÉRIO; BRITO, 2013). Em outro momento utilizamos materiais manipuláveis como ferramentas para a resolução dos problemas, permitindo que os alunos realizassem suas próprias experiências, tornando-os sujeitos dos problemas, já que a atenção está nas transformações efetuadas sobre o material e não no objeto em si (VALE, 1999). Com base nos registros, análises das atividades e observações no decorrer das aulas, podemos afirmar que esses alunos adquiriram autonomia na realização de tarefas, ampliaram o conhecimento matemático e melhoraram a interação com os demais colegas da turma. Este trabalho nos oportunizou pensar e refletir sobre estratégias para o ensino-aprendizagem de matemática de alunos com deficiência intelectual, e ao mesmo tempo nos possibilitou rever nossos planejamentos para todas as outras turmas.

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