Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 4ª Semana da Matemática do Ifes

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APRENDIZAGENS MATEMÁTICAS DE UMA ALUNA AUTISTA

Danielly Fraga Santana, Edmar Reis Thiengo

Prédio: Pátio Central
Sala: Stand 4
Data: 2015-05-28 03:00  – 04:30
Última alteração: 2015-05-10

Resumo


O presente trabalho discorre sobre as considerações finais obtidas no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal do Espírito Santo. A pesquisa foi realizada no decorrer do ano letivo de 2013 e analisa as aprendizagens de uma aluna autista do sexto ano do ensino fundamental numa turma composta por trinta e sete alunos em uma escola particular, localizada no município da Grande Vitória, Espírito Santo. Propusemos a discutir as dificuldades e potencialidades que permeiam o processo de aprendizagem de diferentes conteúdos matemáticos da aluna. Para tanto, recorremos às análises dos materiais produzidos como provas, atividades impressas, observações em sala de aula e em atividades extra-classe, além de entrevista semiestruturada realizada com o mãe da aluna, a fim de conhecer o contexto social na qual a aluna estava inserida, o percurso de parentes e professores que observaram os primeiros indícios da síndrome do autismo até o diagnóstico conclusivo por especialistas e o seu percurso educacional até a realização da pesquisa. Após a coleta e análise dos dados, selecionamos duas situações vivenciadas em sala de aula que trabalhavam a aritmética e a geometria. No primeiro conteúdo a aluna encontrou dificuldades na aprendizagem e não conseguia acompanhar a turma nos conteúdos que eram apresentados. Acreditamos que isso tenha ocorrido por se tratar de assuntos mais abstratos e que faziam o uso da imaginação de situações para a interpretação das situações propostas, já nas situações e atividades que abordavam a geometria ela desenvolveu as situações propostas com êxito e na maior parte das vezes conseguiu acompanhar a turma. Sendo o autismo uma síndrome que prejudica principalmente a interação social do sujeito com o meio, em nossas análises tivemos contribuições de Vigotsky (2007), que discute sobre as relações da interação social e o processo de aprendizagem. Ao fim da pesquisa, notamos que conteúdos que apresentavam um caráter mais visual e eram trabalhados com a utilização de imagens ou materiais concretos e manipulativos permitiam uma aprendizagem mais efetiva da aluna. Dessa maneira, as vivências que trabalhavam com conteúdos de geometria, ela conseguiu desenvolver satisfatoriamente e acompanhou a turma em quase todos os momentos, apresentando facilidades relacionadas ao processo de aprendizagem matemática. Porém, ressaltamos que não conseguimos ter muitos progressos na transformação da linguagem corrida em linguagem matemática, devido às dificuldades relacionadas à interpretação do enunciado.

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