Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, II Seminário de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática

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ALICE NO PAÍS DO ESPELHO: COMUNICAÇÃO NA SALA DE AULA DE MATEMÁTICA POR MEIO DA LITERATURA

Renata Lorencini Rizzi, Edmar Reis Thiengo

Última alteração: 2012-11-27

Resumo


A matemática é conhecida como uma ciência exata, mas nem por isso seu ensino esta limitado aos números, pois, o processo ensino aprendizagem da matemática é permeado pelo ato de comunicar. A comunicação se faz presente no ensino de matemática, desde o momento do diálogo entre o aluno/professor ou aluno/aluno ou professor/aluno, na apresentação do conteúdo; perpassando pela escrita dos números no desenvolvimento dos cálculos matemáticos até a leitura para interpretação dos problemas ou resultados. Neste contexto, a comunicação, seja oral, escrita ou pictórica, se fará presente nas aulas de matemática. Mas o que tentamos elucidar neste trabalho é como desenvolver a comunicação na sala de aula de matemática por meio da literatura infantil de forma a tornar a aprendizagem significativa? Como estimular o espírito de questionamento envolvendo conteúdos matemáticos e a literatura? Nesta busca, ainda não findada, entendemos que a assimilação dos conteúdos matemáticos e sua incorporação às estruturas cognitivas do educando poderão ocorrer de forma mais significativa por meio de atividades relacionadas à literatura infantil que possibilitem ao aluno ler, escrever, interpretar, dialogar e refletir sobre a realidade em que vivem, nas aulas de matemática. Neste sentido, este artigo relata uma prática pedagógica que visou transformar o processo ensino-aprendizagem em algo dinâmico ao desenvolver atividades no âmbito da literatura infantil relacionadas a conteúdos matemáticos, para que de forma integrada pudessem explorar as experiências pessoais dos educandos e os auxiliassem a desenvolver habilidades de comunicação. Tais atividades foram desenvolvidas nos dias 08 e 09 de outubro de 2012, em uma turma de 4º ano do Ensino Fundamental, com 22 alunos, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Coramara, no Bairro Coramara em Cachoeiro de Itapemirim, para tanto foi adotado o livro: CARROL, Lewis. Alice no país do espelho. [s.l]: Companhia Editora Nacional, 2007.  O mesmo é composto de vários contos, então apenas dois foram escolhidos para as atividades, o primeiro “Humpt Dumpt” para explorar as medidas de tempo e o segundo “A casa do espelho” para explorar o conceito de polígonos. Na primeira atividade, a história de “Humpt Dumpt” foi contada de forma dinâmica e os alunos foram levados a interagir com a história, neste momento eles relatarem as histórias dos seus aniversários, das festas e presentes que ganharam. Depois de ouvirem a história os alunos foram convidados a escrever uma carta ao Sr. Humpty Dumpty contando como se comemora aniversário em nosso país e como são as nossas medidas de tempo. A aula foi encerrada deixando um questionamento, como Alice foi parar no país do Espelho? Os alunos deveriam anotar sua resposta no caderno de Língua Portuguesa para compartilhar com a turma na próxima aula. Assim, a aula seguinte se iniciou com um diálogo a partir do questionamento posto no final da aula anterior, após o diálogo, foi contato o primeiro conto que relata como Alice foi realmente parar no País do Espelho. Na sequencia a sala foi dividida em grupo e cada aluno recebeu um envelope que continha um Tangran, depois se reuniram em grupo e cada grupo recebeu uma cartolina. Nesta atividade os alunos deveriam utilizar o Tangran para retratar uma parte da história que mais os chamou atenção. Esta atividade poderá ser aproveitada pela professora da disciplina de Matemática para introduzir o conceito de polígonos. Por fim, podemos concluir que na realização das atividades foi possível verificar o grande potencial da literatura infantil na sala de aula de matemática e que a importância desta integração esta na dinamicidade que confere ao processo ensino aprendizagem, tornando a aprendizagem mais significativa para o aluno. Mais além, pode se observar que mesmo atividades aparentemente simples como as discussões orais, o desenho e a escrita se bem utilizadas no planejamento didático poderão ser empregadas para apropriação do conteúdo pelos alunos, assim como  para o desenvolvimento de habilidades complexas como o diálogo e a interpretação de textos.