Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, II Seminário de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS: A UTILIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE CAMPO COMO RECURSO MOTIVADOR NA FORMAÇÃO DO SUJEITO ECOLOGICAMENTE CONSCIENTE

Emerson Nunes da Costa Gonçalves, Atanásio Alves do Amaral

Última alteração: 2012-11-27

Resumo


Na era da industrialização o Homem submete-se à condição moderna que define a esperança nos meios tecnológicos para a construção de uma sociedade que se apoiará no sistema econômico capitalista que subestima o indivíduo pela massificação dos valores humanos. O consumismo exagerado, a degradação das paisagens e a escassez dos recursos naturais sugerem, ao longo das últimas décadas, que enxerguemos o caminhar humano com um novo olhar quanto à edificação de um caráter sustentável da cidadania planetária. Esse contexto solicita políticas e práticas educacionais que contribuam para a formação de um consciente crítico-colaborativo dos diferentes grupos na busca de comunidades responsáveis quanto às práticas ambientais por um futuro sustentável. Nessa proposta destacamos como relevante a Educação Ambiental no aspecto de transformação cultural do indivíduo pelas experiências e discussões que é capaz de produzir nos diferentes espaços da convivência humana. Numa perspectiva pós-moderna é importante desenvolvermos outra concepção de Educação Ambiental que despretensiosa e desarticulada do modelo de economia vigente, esteja associada às diversas vertentes da Educação contemporânea. Numa análise sobre o ensino das Ciências Naturais nas escolas identificamos que os temas da zoologia, botânica e evolução geralmente se dão de forma descontextualizada quando os seres vivos são abstraídos do seu hábitat ou do ambiente onde tenham evoluído, sendo estudados isolados, causando uma descaracterização do processo ensino-aprendizagem e uma ruptura com a real formação do indivíduo cidadão. Entendemos, então, que os métodos tradicionais, muitas vezes, não dão conta de despertar o interesse dos estudantes, e também pouco contribuem para a construção de conhecimentos contextualizados, importantes nessa dimensão complexa da sustentabilidade. Inspirados em Cèlestin Freinet, quando da sua intenção de uma pedagogia natural, vemos nas aulas-passeio a possibilidade de motivação dos alunos pelo contato interativo com o ambiente para um aprendizado significativo, entendendo que as atividades de campo são uma das possíveis estratégias capazes de estimular o interesse, a curiosidade e a criatividade dos alunos, possibilitando o seu envolvimento e interações em situações reais; confrontando teoria e prática. Visualizando o Homem como ser por onde a natureza se transforma continuamente em cultura, entendemos que as atividades de campo, também, contribuem para reforçar a ideia da utilização dos ambientes não formais de educação, como projetos conservacionistas e reservas ambientais, quando atendem às expectativas do educando, com a capacidade de lhe proporcionar conscientização, entendendo-os como espaços de democratização social, cultural, político e geradores de cultura. Assim, por seus diversos aspectos como estratégia didática e por sua cobrança nos currículos do ensino fundamental e médio pela secretaria de educação do estado do Espírito Santo, e por sua presença como sugestão para o processo de ensino aprendizagem pelos PCN, justifica-se o estudo proposto, buscando analisar as contribuições das atividades de campo em ambientes não formais na formação de indivíduos críticos quanto às questões ambientais nas escolas públicas, com o objetivo geral entender as concepções de professores quanto à utilização dessas atividades em um espaço não formal, no município de São Mateus, Espírito Santo, e analisar essas práticas como estratégia pedagógica viável na Educação ambiental.