Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, V Congresso Internacional de Pedagogia Social e Simpósio de Pós-Graduação

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Educação não formal e o Programa Jovem Aprendiz: uma análise sobre os seus resultados pelo olhar dos jovens e educadores

suzana silveira de almeida

Última alteração: 2015-08-18

Resumo


O presente estudo tem como objetivo analisar os efeitos do programa de educação não formal Jovem Aprendiz, desenvolvido na Costa do Sol do Estado do Rio de Janeiro, a partir da perspectiva dos jovens egressos e dos educadores. A investigação contempla a análise do Programa Jovem Aprendiz mediante a contextualização da Lei de Aprendizagem nº 10.097/00 e uma discussão teórico-conceitual acerca da educação não formal, de acordo com Gohn (2003, 2005a, 2005b, 2006, 2009, 2010) e Fernandes (2005a; 2005b; 2011), autores que contribuem com a caracterização desse tipo de educação. No que tange à abordagem das políticas públicas para a juventude, Sposito e Carrano (2003) e Corrochano (2002; 2008a; 2008b) fundamentaram a análise do objeto da pesquisa e, com base nos estudos de Sennett (2006; 2009), Soffiat (2012), Pochmann (2004; 2013), são analisadas as características e a heterogeneidade do mercado de trabalho na atualidade. O estudo em tela utiliza a pesquisa bibliográfica e a metodologia da netnografia, que advém de entrevistas com egressos do Programa supracitado. Para realização da pesquisa foram entrevistados vinte três jovens aprendizes e seis jovens educadores através de uma rede de relacionamento focalizado na região do Ouro Negro, Costa do Sol no RJ. Os resultados revelam que os jovens-aprendizes egressos possuem sentimento de saudosismo e uma ampliação da visão pessoal de si e agradecimento pela passagem no Programa. Os impactos do Programa foram em torno das aprendizagens para a formação humana, dentre as quais destacamos a social (GOHN, 2010), englobando valores, ética, escolhas, o aprender a ser que envolveu postura comportamental, aprender a trabalhar em grupo, saber conviver, ouvir, comunicar-se, sugerir (liberdade), proatividade; incentivou os participantes a ter objetivos, comprometimento e amadurecimento. Os jovens-educadores egressos, pontuaram as aprendizagens teórica, cultural (GOHN, 2010) e o impacto por trabalhar com a(s) juventude(s) como descobrindo na prática do dia a dia a ser educador, aprendendo a lidar com as incertezas, o processo de humanização, socialização e a singularização, o processo de escuta e acolhimento, o aprofundamento na legislação que embasa o Programa, a importância do treinamento adequado e de ter um pedagogo gerindo a equipe multidisciplinar, o aprender a otimizar o tempo. Dessa forma, a pesquisa vai ao encontro das abordagens sobre a educação não formal que a contemplam como um processo sociopolítico, cultural e pedagógico de formação para a cidadania. 

 

 

Palavras-chave: Educação não formal; Lei da aprendizagem; Juventude (s); Jovens aprendizes; Jovens educadores.