Eventos do Instituto Federal do Espírito Santo, 7ª Semana da Matemática do Ifes

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EXPLORANDO A EDUCAÇÃO FINANCEIRA A LUZ DA CONTEXTUALIZAÇÃO MATEMÁTICA

Nathalia da Costa Dias, Adriana da Costa Barbosa, Elcio Pasolini Milli

Última alteração: 2018-05-17

Resumo


Este relato de experiência tem sua gênese no Grupo de Pesquisa em Educação Matemática e Educação Profissional – EMEP, que reúne professores que investigam suas práticas pedagógicas com matemática na Educação Básica, no Ensino Superior e na Educação Profissional. Trata-se do desenvolvimento de uma atividade de Educação Financeira regida pelo princípio da contextualização, a fim de mobilizar os conhecimentos matemáticos para explorar as dimensões sociais e econômicas da crise de segurança pública que assolou o Espírito Santo em fevereiro de 2017. Nessa perspectiva, propusemos a discussão de educação financeira na formação crítica do aluno enquanto leitor do mundo a partir da análise de reportagens retratando o evento acontecido, identificando as várias leituras que podem ser realizadas de acordo com as relações de poderes estabelecidas. Dialogando com essa proposta, nos embasamos numa perspectiva da Educação Matemática Crítica que pensa a matemática como uma forma de emancipação do homem e discute “[...] a educação matemática como parte de um empreendimento democrático em uma sociedade altamente tecnológica” (SKOVSMOSE, 2001, p. 103). Neste sentido, Freire (1996, p. 39) colabora com a realização deste diálogo e afirma que “na formação permanente de professores o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática”. Desenvolvemos essa atividade em dois momentos. Primeiramente discutimos os argumentos da Polícia Miliar e Governo Estadual, noticiados pela mídia, no que concerne ao reajuste salarial e à crise financeira. Dividimos os alunos em grupos de até quatro componentes para a leitura de três reportagens sobre a greve dos policiais militares (PMs): uma com argumentos favoráveis ao governo, outra aos PMs e a terceira imparcial. No entanto, os alunos não foram avisados da posição de cada texto. Num segundo momento, analisamos o poder de compra do salário médio de um policial considerando os anos de 2014 e 2017. Para isso, foram apresentados aos alunos os valores dos salários dos PMs publicados nos editais de seleção referente aos anos 2007 e 2014 para que eles realizassem o cálculo da variação salarial. Na sequência, houve uma reflexão sobre o significado desta variação ao longo dos anos, conduzindo os alunos ao conceito de inflação. Feito isso, eles foram levados a refletir sobre a variação dos salários dos PMs e a inflação acumulada. Nessa etapa, cada grupo recebeu dois encartes de supermercado, um com preços de 2014 e outro com os preços atuais dos mesmos produtos. Os alunos escolheram três produtos e calcularam a variação de preços desses produtos. Na sequência, calcularam a variação do salário-mínimo dos PMs neste período (2014-2017), comparando com a inflação registrada nesta época. Ao final, os alunos expressaram suas opiniões sobre o que foi estudado nessas aulas, refletindo sobre essas variações e o significado desses percentuais na vida dos cidadãos assalariados, o que confirma a importância da inserção de um contexto real para a significação do que é estudado em sala de aula.


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